Em SP, agentes de controle de endemia trabalham no combate a zoonoses
Dengue, raiva e esporotricose são algumas das doenças transmitidas por animais que mobilizam os ACEs
- Data: 05/10/2023 09:10
- Alterado: 05/10/2023 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
EDSON LOPES JR./SECOM
Crédito:Dengue, raiva e esporotricose são algumas das doenças transmitidas por animais que mobilizam os ACEs
A população já está acostumada com os coletes azuis dos agentes comunitários de saúde. Mas o uniforme azul escuro também identifica outro profissional importantíssimo para a saúde pública, o agente de controle de endemias (ACE), responsável pelo combate à transmissão e focos de doenças zoonóticas como dengue, raiva e outras.
A cidade de São Paulo conta com 2.209 ACEs, que atuam junto às 28 Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis), que integram a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) e são responsáveis por ações de vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica. As Uvis também são pontos de prestação de serviços como a vacinação antirrábica, que é anual, obrigatória e gratuita para todos os cães e gatos da capital com idade acima de três meses.
Os ACEs são parte importantíssima do efetivo das UVIs, uma vez que implementam as atividades de combate a zoonoses, incluindo aquelas demandadas por meio do notificações ao Portal 156, além das iniciativas de cunho educativo.
O trabalho do agente de controle de endemias é lembrado no dia 4 de outubro. Para homenagear este profissional, trazemos o depoimento de Edimar Alves de Azevedo, 43, ACE que atua na zona leste da capital.
”Sou agente de controle de endemias desde 2011, e trabalho na Uvis de São Miguel Paulista. Aqui somos cerca de 80 ACEs, e nosso trabalho é principalmente na rua, em ações de orientação à população e combate a zoonoses.
Uma das atividades na qual estamos diretamente envolvidos e que toma bastante tempo da equipe é o combate à dengue, realizando visitas domiciliares e orientando a população de forma contínua. Cada agente costuma visitar 25 residências por dia, mas se acontece algum registro de caso da doença, é realizado o que chamamos de bloqueio de criadouros em todo o entorno do local de registro, com a intensificação de ações a serem seguidas para evitar novos casos.
Também temos demandas relacionadas a animais sinantrópicos como ratos e escorpiões. Outra doença, esta transmitida principalmente por gatos, é a esporotricose, e aqui na Uvis temos veterinários que realizam a testagem e o atendimento aos animais infectados.
Em relação a prevenção, também é nossa atribuição fazer a vacinação antirrábica em cães e gatos, o que acontece permanentemente. Também orientamos pessoas que sofreram mordedura ou arranhadura de cães e gatos a buscar atendimento médico na Unidade Básica de Saúde de referência ou hospital mais próximo para avaliação. Como esse é um evento mais frequente entre crianças e adolescentes, o cuidado ao lidar com animais é um tema que nós ACEs abordamos em escolas da região.
Um marco das ações educativas de nossa Uvis foi a Cãominhada, que realizamos entre os anos de 2016 e 2019 no Dia de Combate à Raiva (28 de setembro), envolvendo diversas atividades e até premiação de cachorros. Por dois anos, em 2017 e 2018, esta iniciativa foi premiada pela Aliança Global para o Controle da Raiva, motivo de muito orgulho para a equipe.
Outra coisa que me dá muita alegria no dia a dia é ter contato direto com a população, e perceber a surpresa de muitas pessoas ao ver todos os serviços que são prestados por nós. Percebo que elas se sentem acolhidas. E eu me sinto útil.”