Em nova edição da coluna Espaço de Jogo, do Itaú Cultural, Daniel Galera analisa Unpacking
O autor de Barba suja de sangue tem uma vertente pouco conhecida de uma grande maioria: ele é também crítico, ensaísta de games e assina uma coluna mensal no site do Itaú Cultural
- Data: 21/12/2021 11:12
- Alterado: 21/12/2021 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
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Vai ao ar, no dia 26 de dezembro, no site do Itaú Cultural a terceira edição da coluna Espaço de Jogo. Ela é assinada pelo escritor, tradutor e ensaísta gaúcho Daniel Galera. Ele também tem um histórico composto de crítica e ensaio sobre games, já tendo escrito a respeito para publicações especializadas. O autor dos romances Mãos de cavalo, Barba ensopada de sangue e O deus das avencas em sua coluna publicada sempre no último domingo do mês, fala sobre os jogos como área de expressão, dando atenção à produção brasileira de games.
Em sua terceira coluna, Galera escreve sobre o jogo Unpacking, baseado em desempacotar caixas de mudança e arrumar os ambientes, de forma a contar uma história a partir de cenários e objetos. O jogador, organiza os itens que estavam embalados e, aos poucos, descobre pistas a respeito da vida de um determinado personagem. Ao longo das mudanças, constrói com ele uma intimidade formada a partir da narrativa que se desenrola desses objetos. O game foi lançado neste ano, pelo desenvolvedor Witch Beam, nos estúdios Humble Indie Bundle.
Nas duas anteriores, Galera visitou os jogos Outer wilds, da desenvolvedora independente de Los Angeles, Mobius Digital, de 2019, e Unsighted, da dupla de jovens brasileiras, Fernanda Dias e Tiani Pixel, responsáveis pelo estúdio Pixel Punk, lançado neste ano. Como se vê pela abertura do texto sobre Unsighted – em que Daniel analisa o que há de único nos games como forma de expressão e mostra como, em um jogo, tanto o criador quanto o jogador se expressam – no horizonte das colunas está um debate sobre formas de narrativa, níveis de imersão e efeitos estéticos.
Itaú Cultural e os games
A relação da instituição com o tema dos games vem de longe. A organização já realizou duas grandes mostras dedicadas a esses jogos. A primeira, em 2003, Game o quê?, traçava a evolução na linguagem dos jogos e sua afirmação como fenômeno cultural. A segunda, em 2009, Game Play, ocupou os três andares de seu espaço expositivo reunindo 11 jogos e seis instalações com o intuito de explorar a interatividade dos jogos. O foco da mostra foi revelar que o game promove um diálogo entre seres humanos e máquinas. Nela estavam disponíveis jogos consagrados, como Halo 3, do Xbox, e Mario kart, de Wii. Cada usuário recebia uma senha para jogar por 15 minutos os jogos que escolhesse. Das seis instalações interativas que dividiam o espaço da exposição com os jogos, em World skin, criada pelo francês Maurice Benayoun, o usuário interagia com um cenário virtual utilizando uma câmera para fotografar cenas de conflitos reproduzidas em ambiente 3D. Outro destaque era Velvet strike, que acrescentava um tom de questionamento e mensagens pacifistas ao jogo Counter-Strike, abordando temas como terrorismo e arte visual nos games.
Em 2011, por sua vez, foi realizado, dentro do Simpósio Rumos Arte Cibernética, a mesa de conversa Games e cinema digital: transmutações do audiovisual, cujo tema eram pesquisas focadas na relação entre as novas linguagens e o cinema e na incorporação da tecnologia da Realidade Aumentada nos videogames. Ela pode ser assistida no link.
Também dentro do programa Rumos, contemplado na edição 2013-2014, o jogo Huni Kuin: os caminhos da jiboia, criado em conjunto por pesquisadores paulistanos e Kaxinawás do Baixo Rio Jordão, no Acre, conta a história de jovens indígenas em sua jornada espiritual para se tornarem “gente verdadeira”, enfrentando desafios e adquirindo conhecimentos e habilidades.
SERVIÇO:
Espaço de Jogo
Com Daniel Galera
Dia 26 de dezembro (domingo)
Site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br