Eduardo Bolsonaro tira busto de Barão do Rio Branco do “fundão” em comissão da Câmara
Imagem do patrono da diplomacia nacional foi colocada na frente da mesa diretora da Comissão de Relações Exteriores, presidida pelo deputado que almeja embaixada nos EUA
- Data: 20/09/2019 15:09
- Alterado: 20/09/2019 15:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Câmara dos Deputados
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) retirou o busto do Barão do Rio Branco do fundão. Agora, quem entra no plenário da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara (Creden) em dias de sessão pode se deparar com o filho do presidente Jair Bolsonaro sentado à frente da imagem do patrono da diplomacia nacional, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o nome do barão. O busto, feito em metal, foi instalado na mesa diretora da comissão. “Era uma pessoa queridíssima, então está aqui a justa homenagem feita, atrás dessa presidência”, disse ele na quarta-feira, 18, ao anunciar a mudança.
Eduardo Bolsonaro, que se esforça para obter apoio a sua indicação como novo embaixador do Brasil nos Estados Unidos, sofre resistências entre os “itamaratecas” – alcunha dada a servidores do Itamaraty – justamente por não ser um diplomata profissional, de carreira. O anúncio do presidente de que indicaria o filho para Washington, a embaixada mais cobiçada e geralmente entregue aos mais experientes diplomatas, foi visto como um gesto de desprezo à carreira, uma das que têm acesso mais concorrido no serviço público.
O aceno a Rio Branco veio acompanhado de uma demonstração de dedicação aos estudos de História. O deputado diz que tem assistindo a vídeos no YouTube e lendo livros sobre o Brasil. Ele terá de ser aprovado em sabatina pelos senadores, quando o Palácio do Planalto indicar seu nome. De cabeça, Eduardo Bolsonaro passou a discorrer sobre a carreira e o papel de Rio Branco na fixação das mais tardias fronteiras nacionais, para o desenho territorial que o País tem hoje.
“Já foi deputado, igual a nós, deputado geral pelo Mato Grosso. Ajudou seu pai, Visconde de Rio Branco, na confecção do tratado que finalizou a Guerra do Paraguai, em 1870. Depois ajudou Santa Catarina e Paraná, na questão de Palmas, nas nossas fronteiras com a Argentina. Ajudou na questão das nossas fronteiras ao Norte, onde hoje se encontra o Amapá, em uma discussão com a França que foi arbitrada na Suíça. E também o Estado do Acre, que sua capital Rio Branco, não é por acaso.”
Simbologia à parte, a quem lhe pergunta sobre quando vai ser formalmente indicado embaixador, o filho do presidente desconversa: “Será em outubro, mas ainda não tem data definida”.