EcoRodovias busca eliminar assédio moral e sexual nas praças de pedágio

Empresa lança campanha em rodovias de oito estados para impactar tanto os assediadores quanto desenvolver a autopercepção de quem está sendo violado

  • Data: 23/02/2022 10:02
  • Alterado: 23/02/2022 10:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ecovias
EcoRodovias busca eliminar assédio moral e sexual nas praças de pedágio

Crédito:Divulgação/Ecovias

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A cena é comum nas rodovias. Ao chegar em uma praça de pedágio, alguns motoristas passam dos limites e cometem crime de assédio ou injúria contra a operadora ou o operador da cabine. Atenta a isso, a EcoRodovias, por meio de suas nove concessionárias, começa esta semana a campanha “Assédio, pare – Trafegue pela via do respeito!” que busca coibir esse tipo de abordagem. A iniciativa prevê ações ao longo de todo o ano e começa a tempo de impactar os motoristas em viagens durante o feriado de Carnaval, quando o fluxo de veículos tende a aumentar nas rodovias, elevando o alcance da mensagem.

Operadora de pedágio da praça da Baixada Santista (SP) do Sistema Anchieta-Imigrantes, uma das mais movimentadas do país, avalia que em feriados ou situações com maior volume de tráfego, a ansiedade e impaciência dos motoristas tende a aumentar e, como consequência, há mais situações de assédio. “Uma usuária me chamou de gorda e me acusou de roubo. Ela voou em cima de mim para arrancar o dinheiro da minha mão. Me senti agredida física e verbalmente. Eu não ligo que me chamem de gorda, mas nesse dia eu fiquei desestruturada, chorei, senti que foi uma agressão física também, é constrangedor”, desabafa Danielle Roberta Primo Cruz, da Ecovias.

Embora a gordofobia não seja tipificada como crime, a ofensa relatada poderia ser enquadrada como crime de injúria. A supervisora de Danielle ofereceu apoio para prestar queixa junto a polícia, mas ela declinou. Um dos pontos da campanha busca, justamente, estimular que as denúncias sejam formalizadas pelos canais corretos. Mesmo em ambiente público e movimentado como uma rodovia, também acontecem assédios sexuais. “Reparei que um usuário estava demorando para sair após eu ter aberto a cancela de pedágio. Quando olhei novamente ele estava segurando seu órgão genital. Na hora, eu fique sem reação. Depois de alguns segundos, falei: ‘por favor, né, moço’. Ele demorou mais um pouco, mas acabou indo embora”, relata Emily Fernandes Silva Freitas, operadora de pedágio da Ecopistas, concessionária do Sistema Ayrton Senna-Carvalho Pinto (SP).

A campanha será estendida também para os funcionários e colaboradores que trabalham nos pedágios e nas pistas por meio de treinamentos e distribuição de uma cartilha sobre assédio moral e sexual em ambiente de trabalho. O objetivo é desenvolver tanto a autopercepção de quem está sendo violado, o que muitas vezes tende a ser normalizado por questões culturais, quanto a de quem está praticando assédio. A empresa busca inibir esse tipo de comportamento e estimular que sejam feitas denúncias por meio de seu canal de ética (podendo manter o anonimato), pela ouvidoria ou diretamente ao RH.

“Repudiamos o assédio, seja ele de qualquer tipo, em nossa empresa – e, portanto, entendemos que é fundamental apoiar nossos colaboradores e colaboradoras mais acometidos por este crime, especialmente aqueles que atuam em praças de pedágio. Buscamos várias medidas de prevenção e ferramentas para divulgação e conscientização quanto à gravidade desses crimes de violação de direitos. Não vamos compactuar com esse tipo de comportamento”, comenta Guilherme Braga, diretor de Gestão de Pessoas da EcoRodovias.

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