‘Droga k’ se espalha em SP, sobretudo entre mais jovens

Introduzida inicialmente nos presídios de São Paulo, a droga conhecida como K2, K4, K9 ou "spice", extrapolou os presídios do Estado nos últimos meses e se espalhou pelas ruas

  • Data: 03/05/2023 09:05
  • Alterado: 03/05/2023 09:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
‘Droga k’ se espalha em SP, sobretudo entre mais jovens

São Paulo - Usuários de drogas saem da Praça Princesa Isabel e voltam a ficar entre a Avenida Cleveland e rua Helvétia (Rovena rosa/Agência Brasil)

Crédito:Rovena Rosa/Agência Brasil

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A Secretaria Municipal da Saúde, na última semana, publicou nota técnica na qual afirma ver “aumento de intercorrências” relacionadas à substância, “em especial junto à população infantojuvenil”.

Apesar de conhecida como “maconha sintética”, a K9 foi criada em laboratório no início dos anos 2000 e tem efeito até cem vezes mais potente do que o produzido pela planta Cannabis sativa. Como o Estadão mostrou anteriormente, a presença da droga no Estado começou nas cadeias e foi usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como “balões de ensaio” para testar os efeitos da substância.

A matéria-prima para fabricar a K4 chega ao Brasil pelo contrabando ilegal em portos, aeroportos e fronteiras terrestres. Ela vem da Ásia, de partes da Europa e do norte da África em pequenas pedras que se assemelham a sais de banho e, uma vez no País, são “cozinhadas” em laboratórios normais “de fundo de quintal” até serem transformadas em um líquido transparente.

Esse líquido contém princípios ativos que imitam o efeito de drogas clássicas, como maconha ou LSD, mas com potência até cem vezes maior. Para entrar contrabandeado nos presídios, era borrifado em folhas de gramatura mais espessa, como papel de carta, que depois era picotado e fumado em um “cigarro”.

Nas ruas de São Paulo, a K9 ou K4 é comumente borrifada sobre misturas de ervas, da mesma forma que a droga se disseminou em Nova York, daí o nome “spice” (ou “tempero”, em inglês). Essa forma também contribuiu para que ela fosse chamada de “maconha sintética”, apesar de não vir da Cannabis sativa.

Apenas de janeiro a abril, a Secretaria de São Paulo já registrou 216 suspeitas de intoxicação exógena por canabinoides sintéticos, dentre eles a K9. O total representa mais que o dobro de todo o ano passado, quando foram relatadas 98 ocorrências. “Os canabinoides sintéticos estão entre as principais classes de drogas que geram dependência”, afirma a pasta.

A secretaria também aponta que a K9 pode causar comprometimentos neurológicos, como prejuízos na atenção, falha de memória e da execução e localização visuoespacial. “Tivemos casos graves de pessoas que perderam o controle motor pela forma como a droga agiu no sistema nervoso”, disse ao Estadão em setembro o promotor Tiago Dutra Fonseca.

Presa quadrilha com 5,6 mil pinos da substância

A Polícia Militar prendeu, na noite da segunda-feira, quatro pessoas por tráfico de drogas em Campos do Jordão, município da região serrana do Estado de São Paulo. Entre as drogas apreendidas com o quarteto estavam 5,6 mil pinos de k9.

Os quatro suspeitos, presos em flagrante, são três mulheres – de 25, 26 e 32 anos – e um homem de 32 anos de idade. Além da k9, também foram encontrados na abordagem 66 pedras de crack, 695 porções de maconha, 896 papelotes de cocaína e 7 frascos de lança-perfume. Também foram apreendidos R$ 814, um caderno com anotações e quatro aparelhos celulares, de acordo com informações da polícia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP), os policiais viram os suspeitos dentro de um veículo estacionado na frente de um ponto conhecido pela venda de drogas, e realizaram a abordagem. O quarteto foi preso em flagrante por tráfico de drogas e levados para a delegacia. O caso foi registrado na delegacia de São José dos Campos, interior de São Paulo.

Efeito

Somente a K9 encontrada pode produzir um efeito cem vezes mais potente que outros entorpecentes clássicos, como maconha.

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  • Data: 03/05/2023 09:05
  • Alterado:03/05/2023 09:05
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  • Fonte: Estadão Conteúdo









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