Dólar próximo de R$ 6,20 e Ibovespa em queda
Incertezas externas e remessas de lucros pressionam o mercado financeiro brasileiro.
- Data: 24/12/2024 10:12
- Alterado: 24/12/2024 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Reprodução
No cenário financeiro brasileiro, um dia marcado por baixa liquidez e incertezas externas resultou na aproximação do dólar comercial à marca de R$ 6,20. O índice B3 também sofreu perdas significativas, com uma queda superior a 1%, atingindo os menores níveis observados nos últimos seis meses.
Na última segunda-feira (23), o dólar encerrou suas operações cotado a R$ 6,186, apresentando um aumento de R$ 0,114 (+1,87%) em relação ao fechamento anterior. A moeda iniciou o dia em R$ 6,11 e manteve uma trajetória ascendente ao longo da sessão, atingindo seu pico às 15h30, quando chegou a ser negociada a R$ 6,20.
Em contraste com as intervenções recentes, o Banco Central do Brasil optou por não atuar no mercado cambial durante este dia. Contudo, após o fechamento das negociações, a autoridade monetária anunciou uma venda de US$ 3 bilhões à vista programada para quinta-feira (26). Esses recursos serão retirados das reservas internacionais e não serão repostos posteriormente pelo Banco Central.
No campo das ações, o índice Ibovespa também apresentou um desempenho negativo, encerrando o dia aos 120.767 pontos — um recuo de 1,09%, que representa o menor nível registrado desde 20 de junho.
A combinação do recesso parlamentar no Brasil e a limitação dos dias úteis nesta semana resultou em um volume reduzido de negociações. O fortalecimento do dólar foi observado globalmente, refletindo a reação dos investidores ao comunicado recente do Federal Reserve (Fed), que sinalizou uma diminuição nas expectativas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos no próximo ano.
Além disso, o mercado cambial brasileiro foi impactado pela típica remessa de lucros ao exterior realizada por multinacionais ao final de cada trimestre. Este movimento é usualmente acompanhado por uma pressão na taxa de câmbio.
Por fim, a publicação do boletim Focus — uma pesquisa semanal conduzida com instituições financeiras — revelou um agravamento nas previsões relacionadas à inflação e às taxas de juros para o ano de 2025. Este panorama influenciou o aumento nas taxas futuras de juros, contribuindo assim para a queda acentuada da bolsa brasileira.