Dólar encerra quarta-feira estável frente ao real, apesar de dados de inflação nos EUA
Dólar teve leve queda de 0,10% a R$5,7622, com pressão da inflação nos EUA. Expectativas de juros e fluxo cambial negativo afetam o real.
- Data: 12/02/2025 18:02
- Alterado: 12/02/2025 18:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
O mercado cambial registrou uma leve estabilidade na cotação do dólar em relação ao real durante a quarta-feira, mesmo com a pressão causada por dados de inflação desfavoráveis divulgados nos Estados Unidos. A moeda norte-americana encerrou o dia com uma ligeira baixa de 0,10%, cotada a R$5,7622, acumulando uma desvalorização de 6,75% desde o início de 2025.
Por volta das 17h24, na B3, o contrato futuro do dólar para março apresentava uma queda de 0,18%, sendo negociado a R$5,7765. A sessão começou com o dólar mostrando algum fortalecimento ante o real, reflexo do aumento da moeda dos EUA no exterior após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que subiu 0,5% em janeiro, superando as expectativas de economistas que projetavam um aumento de 0,3%.
A inflação americana acima do esperado contribuiu para limitar a possibilidade de cortes adicionais nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Essa expectativa acabou sustentando os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e impulsionando o dólar em comparação com outras divisas. Durante a manhã, logo após os dados do CPI serem anunciados, o dólar à vista atingiu seu pico diário em R$5,7883, um aumento de 0,35%.
No entanto, o cenário não se manteve favorável para o dólar no Brasil. A percepção entre os investidores é que faltam notícias relevantes que possam levar a moeda a retomar patamares mais elevados ou a cair abaixo dos R$5,70. No ponto mais baixo da sessão, às 15h22, o dólar à vista foi cotado a R$5,7438, apresentando uma queda de 0,42%, mas posteriormente se estabilizou novamente.
André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online, comentou sobre a influência das taxas de juros mais altas nos EUA sobre moedas não conversíveis como o real. Ele ressaltou que o recente comportamento da moeda brasileira sugere um ajuste contínuo após a forte desvalorização observada no mês anterior.
Em um evento no Rio de Janeiro pela manhã, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil, indicou que a instituição deverá ser mais proativa nas elevações da taxa Selic e proceder com cautela durante cortes. “É importante que exista uma reação preventiva sempre que necessário. Contudo, espera-se que o BC adote uma abordagem assimétrica tanto para altas quanto para baixas da Selic”, explicou Galípolo. Atualmente, a taxa Selic está fixada em 13,25% ao ano.
Além disso, nesta quarta-feira pela manhã, o Banco Central realizou sua operação diária e vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional visando rolagem do vencimento previsto para 5 de março de 2025. Já na parte da tarde, foi anunciado um fluxo cambial total negativo no Brasil de US$350 milhões até o dia 7 de fevereiro, com entradas líquidas pela via financeira somando US$191 milhões e saídas pela via comercial totalizando US$541 milhões.
Às 17h19, o índice do dólar — que avalia a performance da moeda americana em relação a uma cesta composta por seis outras divisas — permaneceu estável em 107,930.