Dólar em disparada: descubra o impacto na economia e no bolso do brasileiro
Dólar sobe 9,16% em 2024: impacto da política monetária dos EUA e desafios econômicos no Brasil apontam para cenário cambial desafiador. Saiba mais!
- Data: 04/11/2024 08:11
- Alterado: 04/11/2024 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Reprodução
Extrato
O mercado cambial em 2024 tem mostrado o dólar em alta, cotado a R$ 5,2971, após um aumento de 9,16% no ano. Fatores como a política monetária dos EUA, a balança comercial e o quadro fiscal do Brasil influenciam essa valorização. O Federal Reserve mantém juros elevados, enquanto o superávit comercial do Brasil diminui e o ajuste fiscal enfrenta desafios, fatores que enfraquecem o real. Projeções indicam que o câmbio pode melhorar no final do ano, conforme se ajustem as condições econômicas
Fatos
Em um contexto de incertezas econômicas, a expectativa de valorização do dólar ao longo de 2024 tem sido objeto de análise por parte de economistas, que projetam uma melhora no cenário cambial apenas no final do ano. Desde o início de janeiro, a moeda norte-americana vem se apreciando, recuperando as perdas dos dois anos anteriores. No fechamento mais recente, o dólar apresentou um leve aumento de 0,23%, atingindo R$ 5,2971 e acumulando um ganho de 9,16% neste ano.
A alta do dólar é impulsionada por diversos fatores que influenciam sua cotação. Dentre eles, destaca-se a política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, tem adiado o início do ciclo de cortes nas taxas de juros devido a preocupações com a inflação persistente e um mercado de trabalho aquecido. Este adiamento mantém a moeda americana em alta demanda como um porto seguro para investidores em tempos de incerteza.
Paralelamente, a balança comercial brasileira tem mostrado sinais de enfraquecimento. Em 2023, o país registrou superávit recorde na balança comercial, mas neste ano as exportações têm diminuído, principalmente no setor de commodities como minério de ferro e petróleo, devido à menor demanda externa. Este desequilíbrio entre exportações e importações pressiona o câmbio, elevando o valor do dólar.
Além disso, o quadro fiscal brasileiro contribui para a desvalorização do real. A recente revisão das metas fiscais pelo governo federal, que agora projeta déficit zero para 2025 em vez de superávit, gera preocupações sobre a disciplina fiscal e capacidade do governo em controlar gastos sem aumentar receitas substancialmente.
Combinados, esses fatores sustentam um cenário onde a valorização do dólar parece prevalecer no curto prazo. Economistas como Matheus Pizzani da CM Capital e Marco Caruso do PicPay concordam que o equilíbrio das contas comerciais e a manutenção das taxas de juros americanas são cruciais para qualquer mudança significativa no câmbio.
Para Pizzani, a expectativa é que o Fed continue a segurar as taxas de juros inalteradas nos Estados Unidos ao longo do próximo trimestre e que a balança comercial brasileira continue sem muita pujança em termos de saldo.
“Nossos termos de troca deram uma piorada. Isso significa que o preço do que a gente exporta cedeu e está com uma dinâmica pior do que os preços do que a gente importa”, afirma Caruso.
No horizonte futuro, espera-se que uma eventual estabilização das condições econômicas internacionais e uma reavaliação da política monetária dos Estados Unidos possam trazer alívio ao câmbio brasileiro. Contudo, até lá, os desafios fiscais internos e as dinâmicas comerciais globais continuarão a moldar o cenário cambial nacional.