Dólar abre em forte alta nesta quarta em meio às quedas dos mercados internacionais
Moeda americana atingiu patamar de R$ 5, assim como o euro, pela primeira vez desde o Plano Real em março deste ano; recordes de cotação são nominais, quando não se considera a inflação
- Data: 01/04/2020 09:04
- Alterado: 01/04/2020 09:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
São Paulo- SP, 26/06/2014- Dólar Comercial atinge a menor contação em 2014. Foto: Carlos Severo/ Fotos Públicas.
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O dólar abriu as negociações desta quarta-feira, 01º, em forte alta, 1%, cotado a R$ 5,24, próximo ao recordo nominal – quando não se considera a inflação – da moeda americana, que é de R$ 5,25. O real tem sido depreciado nas últimas semanas frente às moedas de maior força.
Para se ter uma ideia, neste mês de março de 2020, em meio ao caos econômico que o mundo se encontra por conta da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, tanto dólar (moeda dos Estados Unidos) e euro (moeda da União Europeia) ultrapassaram, pela primeira vez, desde o início do Plano Real, em 1994, o patamar de R$ 5. Ambas as moedas têm valorização superior a 25% neste ano. No caso do dólar, 29%, e, para o euro, 26%.
O mês de abril começa com pessimismo nos mercados internacionais diante do avanço do coronavírus em mais de 200 países e incerteza sobre o tamanho da recessão que o mundo enfrentará. As bolsas operam em queda de mais de 3% na Europa e de 2% em Nova York, enquanto o petróleo Brent derrete mais de 3%, o que deve pesar nos negócios locais.
Isso acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, projetar que haverá, ao menos, 100 mil mortes no país por conta do novo coronavírus, causador da covid-19. No mundo, são mais de 42 mil mortes e o 860 mil infectados. No Brasil, são quase 6 mil casos de pessoas infectadas e 202 mortos.
Na terça-feira, 31, o dólar à vista subiu para R$ 5,19, o Ibovespa caiu aos 73 mil pontos, enquanto os juros futuros cederam e já refletem uma chance levemente maior de corte de 50 pontos-base da Selic em maio diante da fragilidade da economia. A produção industrial de fevereiro, que sai nesta quarta, deve mostrar queda mesmo antes dos impactos do coronavírus.