Desmatamento da Amazônia cai 22% em um ano e atinge menor número desde 2018
A área da Amazônia Legal desmatada no último ano atingiu, pela primeira vez desde 2018, um valor inferior a 10 mil quilômetros quadrados
- Data: 09/11/2023 16:11
- Alterado: 09/11/2023 16:11
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: Folhapress
Crédito:Neil Palmer/CIAT
O desmatamento na Amazônia Legal, após quatro anos superando a marca de 10 mil quilômetros quadrados, caiu para 9.001 km² no intervalo correspondente a agosto de 2022 até julho de 2023. De acordo com estes dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a quantidade de floresta perdida neste período é 22,3% menor do que no ano anterior.
Estes números são provenientes do Prodes, programa do INPE que fornece os dados oficiais de desmatamento no país para fins de políticas públicas. São considerados sempre os períodos de agosto a julho, por representar o intervalo entre as estações secas na Floresta Amazônica, quando os cortes são facilitados pela ausência de chuva.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, divulgou os resultados com satisfação. “Desde janeiro, quando assumimos o governo, o presidente Lula assumiu o compromisso com o desmatamento zero até 2030. Grande parte desse desmatamento vem da Amazônia. Nós sabíamos que era um desafio muito grande”, declarou.
Em 2019, primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Prodes registrou, pela primeira vez desde 2008, uma área desmatada superior a 10 mil km². Nos anos seguintes da gestão, a Amazônia registrou um máximo de 13 mil km². Reduzir este número era uma das promessas de campanha de Lula, que renomeou sua ex-ministra para chefiar o ministério que cuida da pauta. Em sua passagem anterior pelo cargo, Marina criou o programa que levou o desmatamento de 27,8 mil km², em 2004, para a menor taxa registrada, de 4,6 mil km², em 2012.
A ministra agradeceu o trabalho realizado pelas Forças de Segurança — como a Polícia Federal — na fiscalização de crimes ambientais, que puderam garantir o sucesso da política ambiental do governo. “O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] aumentaram em quase 200% a sua capacidade de fiscalização com o suporte desses entes”, afirmou.