Desemprego no ABC registra estabilidade em junho
Destaque do mês, setor de Serviços gerou 33 mil postos de trabalho. A estimativa de desempregados na região ultrapassa 240 mil pessoas, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego
- Data: 27/07/2016 17:07
- Alterado: 27/07/2016 17:07
- Autor: Redação
- Fonte: Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Crédito:Consórcio Intermunicipal Grande ABC
A taxa de desemprego nas sete cidades do ABC permaneceu em relativa estabilidade em junho, após registrar aumento em maio, passando de 17,1% para os atuais 16,9. Na análise por setores, o destaque ficou com os Serviços, com geração de 33 mil postos de trabalho. Os números constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, apresentada nesta quarta-feira (27) na sede da entidade regional.
“Do total de ocupados no setor de Serviços, os dados de junho chegam muito próximos aos apresentados em maio de 2014, quando o setor estava em um bom momento econômico. Observando a economia como um todo, podemos notar a desaceleração da queda, porém o mercado de trabalho em si leva um pouco mais de tempo para se recuperar”, aponta César Andaku, economista do Dieese. Para o técnico, os indicadores econômicos devem melhorar antes dos indicadores do mercado de trabalho.
O total de desempregados na região foi estimado em 243 mil pessoas, mesmo valor do mês anterior. O número foi influenciado por um aumento de 1,4% no contingente de ocupados (geração de 17 mil postos de trabalho) igual ao crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), com 17 mil pessoas passando a integrar a força de trabalho (alta de 1,2%).
“A considerável elevação no nível de ocupados revela a volta de diversos perfis ao mercado de trabalho, não só para os jovens, como se tem afirmado. É possível notar o retorno em todas as faixas etárias”, afirmou o economista.
No ABC, o total de ocupados passou a ser estimado em 1.197 mil pessoas. Segundo a análise setorial, o resultado foi estimulado pelo aumento de 5,2% nos Serviços, graças aos 33 mil novos postos de trabalho. Por outro lado, houve redução de 3,3% no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (eliminação de 7 mil postos de trabalho) e de 1,9% na Indústria de Transformação (5 mil postos a menos), apesar do desempenho positivo da metal-mecânica (alta de 2,3%, com geração de 3 mil postos).
O número de assalariados avançou em 1,9% em junho. No setor privado, o contingente de empregados sem carteira de trabalho assinada aumentou 7,8% e praticamente não variou o com carteira (0,3%). No setor público, o número de assalariados cresceu 6,2%. Por outro lado, o contingente de autônomos diminuiu 3,0% no mês em análise, o que pode significar que antigos empregados formais tentam se recolocar nas empresas mesmo sem registro.
“O aumento na ocupação em Serviço sugere também a relação com os ocupados sem carteira de trabalho. Nos ramos da Informação e Comunicação e nas Atividades Administrativas/financeiras, a alta nos números indica um dado muito interessante a ser observado, com a prestação de serviços voltada para empresas”,
Entre abril e maio de 2016, os rendimentos médios reais subiram 3,6% para os ocupados, atingindo R$ 1.998, e 3,3% para os assalariados, totalizando R$ 2.221. Também cresceram as massas de rendimentos de ocupados (4,8%) e assalariados (5,1%), em ambos os casos, devido a aumentos do rendimento médio real e, em menor medida, do nível de ocupação.
COMPORTAMENTO EM 12 MESES
O índice de desemprego total no ABC em junho deste ano (16,9%) superou o registrado no mesmo mês de 2015 (13%). O contingente de desempregados aumentou em 62 mil pessoas, como resultado da retração de 1,1% do nível de ocupação (eliminação de 13 mil postos de trabalho) do crescimento de 3,5% da População Economicamente Ativa (PEA), com 49 mil pessoas passando a fazer parte da força de trabalho da região.
Na ótica setorial, o resultado ocorreu devido às retrações na Indústria de Transformação (-8,2%, ou eliminação de 23 mil postos de trabalho) – com destaque para a metal-mecânica (-4,9%, ou -7 mil) – e no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-5,2%, ou -11 mil). No sentido inverso, houve crescimento de 6,3% Serviços, devido à geração de 40 mil postos de trabalho.
“A taxa de desemprego para o mês de junho (16,9%), é a maior desde 2005, mantendo o padrão apresentado nos últimos meses. A Indústria e o Comércio representam os maiores números de fechamento de postos de trabalho. Mas sabemos que, na região do ABC, a ocupação na indústria é representativa, além da importância na qualidade da ocupação”, explica Andaku.
O nível de assalariamento caiu 1,4% nos últimos 12 meses. No setor privado, o contingente de assalariados com carteira de trabalho assinada diminuiu 1,8%, enquanto o total dos sem carteira cresceu 16,9%. O emprego público aumentou 9,6%. No período em análise, o número de autônomos caiu 5,4%, resultado do recuo de 16,7% dos que trabalham para empresa, apesar do crescimento de 1,8% dos que trabalham para o público.
Entre maio de 2015 e de 2016, recuaram os rendimentos médios reais de ocupados (-8,8%) e assalariados (-5,6%). Também diminuíram as massas de rendimentos reais dos ocupados (-12,8%) e dos assalariados (-8,9%), em ambos os casos, devido às reduções dos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação.