Desempregados no Brasil ultrapassam o total da população de São Paulo
São 13,8 milhões de desempregados no trimestre encerrado em agosto de acordo com o IBGE. São Paulo, a maior cidade do país conta com 12,3 milhões de habitantes
- Data: 30/10/2020 11:10
- Alterado: 30/10/2020 11:10
- Autor: Alex Faria
- Fonte: ABCdoABC/IBGE
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Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o desemprego no Brasil atingiu uma taxa recorde de 14,4% no trimestre encerrado em agosto, atingindo 13,8 milhões de pessoas, resultado de um fechamento de 4,3 milhões de postos de trabalho em 3 meses.
Adriana Beringuy, analista da pesquisa, afirma que o aumento na taxa de desemprego é um reflexo da flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia. “Esse aumento da taxa está relacionado ao crescimento do número de pessoas que estavam procurando trabalho. No meio do ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre móvel encerrado em maio”. Ou seja, ao final de agosto, 13,8 milhões de pessoas estavam em busca de um emprego e, portanto, 1,1 milhão de pessoas a mais em relação ao trimestre encerrado em maio.
O Ministério da Economia divulgou nesta quinta-feira (29) que em setembro foram criados 313 mil empregos com carteira assinada, entretanto foram fechados mais de 550 mil postos de trabalho em 2020.
O levantamento do IBGE mostrou que o país atingiu o menor número de contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 3 milhões a menos que o registrado no trimestre terminado em maio e a informalidade aumentou e hoje 31 milhões de trabalhadores trabalham por conta própria ou sem o registro na carteira.
10 grupos de atividade foram analisados e apenas a agropecuária teve aumento na população ocupada. Indústria, Construção, comércio e serviços, transporte, alimentação e hospedagem, serviços domésticos, comunicação, educação e saúde, registraram queda,
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de desemprego no país feche o ano em 13,4%, e suba ainda mais em 2021, para 14,1%.