Derrota de Kamala azeda Partido Democrata e aponta ineficiência de campanha

Kamala Harris e o Partido Democrata enfrentaram uma derrota histórica nas eleições.

  • Data: 06/11/2024 15:11
  • Alterado: 06/11/2024 15:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Derrota de Kamala azeda Partido Democrata e aponta ineficiência de campanha

Crédito:Reprodução/FotosPúblicas

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Em silêncio durante a manhã desta quarta-feira (6), Kamala Harris e o Partido Democrata se preparam para reconhecer sua derrota nas urnas. Donald Trump venceu as eleições e voltará ao cargo para outro mandato. 

Encerrou-se com isso o sonho democrata de ter a primeira mulher na Presidência. Em vez disso, os EUA escolheram o candidato mais velho de sua história -e o primeiro presidente condenado em ações criminais. 

O próximo passo dos democratas será entender o que deu errado. Sabia-se que a disputa seria acirrada, mas as projeções dão a vitória dos republicanos em todos os estados-chave, além de liderar o voto popular. 

A imprensa americana relata que, nos bastidores, a liderança democrata já troca acusações. A principal delas é de que Kamala não conseguiu convencer os eleitores de que reverteria uma profunda crise econômica. 

Kamala tampouco teve sucesso em outros temas fundamentais do pleito, entre eles a imigração ilegal e a proibição do aborto. Essas foram, por outro lado, duas apostas do Partido Republicano durante sua campanha. 

Outra crítica é à sua escolha de vice-presidente. Kamala optou por Tim Walz. Dizem que, se tivesse ido com o popular governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, Kamala poderia ter levado o estado-pêndulo. 

Há desaprovação também a Biden, dentro do partido. Afirmam que o presidente demorou demais para desistir de sua candidatura, depois de aparições públicas desastrosas, em que penou para expressar suas ideias. 

Todas essas considerações vêm, é claro, depois do resultado. Mas eram em grande medida preocupações de analistas políticos desde o início da corrida. Muitos já alertavam para o crescente risco desse fiasco eleitoral. 

A noite tinha começado bem para a democrata. Seus apoiadores se reuniram na Universidade Howard, em Washington, em um clima de celebração. Sabiam que a disputa era difícil, mas pareciam confiantes. 

Criada logo após a abolição da escravidão, em 1867, Howard é uma universidade de maioria negra. Foi onde Kamala se formou em 1986 -mais uma razão para os alunos torcerem pela vitória, que seria histórica. 

O público dançou no gramado, e a Miss Howard cantou o hino nacional, seguida pelo coral da universidade. Faltava apenas Kamala ir ao palco, como esperado, e oferecer uma mensagem de otimismo para os eleitores. 

A contagem dos votos, no entanto, foi frustrando as expectativas dos democratas. Nos telões armados no gramado, a rede CNN dava conta dos avanços do republicano Trump, que levou um estado após o outro. 

Por volta de 0h do horário local (às 2h em Brasília), o público começou a debandar. Estava claro, àquela altura, que Kamala perderia o pleito em lugares estratégicos, como Carolina do Norte e Pensilvânia. 

Pouco depois, um dos líderes da campanha de Kamala tomou o microfone e anunciou que a candidata não iria mais comparecer ao evento. Parte da imprensa, na sequência, publicou as primeiras projeções de vitória de Trump. 

Biden acompanhou esses desdobramentos na Casa Branca. Impopular, o veterano desapareceu das últimas semanas de campanha. Dizia-se que apenas atrapalharia Kamala. 

Washington, que é uma cidade de maioria democrata, amanheceu pasma. Moradores -alguns dos quais tinham ido dormir sem saber da vitória de Trump- trocavam mensagens de luto e preocupação quanto ao país. 

O resultado veio bastante mais cedo do que o esperado. Em 2020, o pleito levou dias para se resolver. Daí, em parte, a surpresa de quem nem cogitava que isso pudesse ocorrer durante a madrugada seguinte ao dia final de votações. 

Democratas têm que lidar não só com a derrota -mas uma derrota enorme. Os republicanos vão controlar o Senado também. A disputa na Câmara segue em aberto. Se vencerem ali, controlarão todo o governo. 

As primeiras projeções dão conta de que Trump garantiu essa vitória ao preservar seu apoio entre homens e brancos sem diploma de ensino superior. Trump angariou votos também entre latinos e homens negros. 

Funcionou a estratégia de prometer sanar a inflação, a imigração ilegal e as guerras. São temas que movem a população. Ao que parece, mais do que a mensagem de Kamala, que focou o aborto e o perigo que Trump representa para a democracia. 

Está claro, a esta altura, que não funciona dizer para os eleitores que o candidato rival é um risco para a democracia do país. A julgar pelo pleito, o eleitorado está mais preocupado com questões mais imediatas. 

Nos próximos dias, analistas vão destrinchar os resultados para entender o que isso significa para o país -e em que direção caminha. Tudo indica que as mensagens de Trump convenceram a maioria dos EUA. 

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  • Data: 06/11/2024 03:11
  • Alterado:06/11/2024 15:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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