Deputada que teve carro atingido por tiros relata que recebeu ameaça da milícia

A deputada estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha (PDT), teve o carro atingido por tiros de fuzil na manhã deste domingo, 13

  • Data: 14/01/2019 07:01
  • Alterado: 14/01/2019 07:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Deputada que teve carro atingido por tiros relata que recebeu ameaça da milícia

Crédito:Reprodução/G1

Você está em:

Ela relatou que recebeu uma ameaça vinda de um grupo da milícia, no início de novembro do ano passado. Segundo Martha, que comunicou o fato às autoridades do Rio na época, a ameaça chegou três vezes pelo disque denúncia.

A mensagem, de acordo com ela, dizia que o grupo pretendia atingir algumas autoridades e que seu nome vinha especificado entre os alvos “com letras garrafais”. “Falei pessoalmente na ocasião com o Rivaldo Barbosa (então chefe da Polícia Civil) e Gilberto Ribeiro (subchefe operacional) e pedi uma análise de risco para ver se aquele disque denúncia tinha fundamento ou não”, disse.

Segundo a delegada, depois desta reunião, Ribeiro lhe telefonou para oferecer escolta policial por um mês, mas ela recusou e afirmou que queria apenas a apuração da denúncia. “Não recebi resposta do resultado dessa investigação”, afirmou. “Se houve ausência de cuidado, quem tem que explicar são eles, até porque não sei qual foi a motivação desse fato (deste domingo)”, afirmou.

Martha ainda declarou que, quando era delegada titular, atuou na área de Campinho, que é dominada pela milícia, e que trabalhou na investigação destas organizações criminosas.

“Quem olhar a minha trajetória na Polícia Civil vai verificar que a questão da milícia não foi desconhecida da nossa administração, ou seja, nós sempre tivemos um radar para a apuração dos casos de milícia. Eu quero dizer que a Polícia Civil inteira sabe que, na minha atuação como delegada, fui uma pessoa que enfrentou milícia e que eu, como chefe da Polícia Civil, não fechei os olhos para a atuação da milícia”, declarou.

A deputada disse que, depois da ameaça, transmitida no dia 5 de novembro, ela comprou um carro particular blindado, já que o fornecido pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) não tinha esse equipamento. A blindagem não foi suficiente para lhe garantir segurança, já que estilhaços atingiram o seu motorista, um policial militar que lhe prestava serviços, no tornozelo.

Martha afirmou também que não reagiu durante toda a ação e que apenas tomou a medida de manter a sua mãe, de 88 anos, que também estava no carro, abaixada. Eles haviam buscado a mãe da deputada, que mora no bairro, e seguiam para assistir a uma missa na Tijuca.

Segundo a delegada, ainda na Penha, seu motorista notou que um carro Celta de cor banca estava atrás, com um dos homens, vestido de preto, luvas também pretas e touca no rosto. De acordo com o relato da delegada, em determinado momento, o homem colocou-se com a metade do corpo para fora do carro, portando um fuzil. Pouco tempo depois, este carro fez disparos contra o seu, atingindo o tornozelo do motorista e duas rodas.

O celta perseguiu o carro da delegada até a altura da Avenida Brasil. Na via, o motorista conseguiu entrar em uma das ruas próximas e dirigir até o Olaria Atlético Clube, onde buscaram socorro. Os criminosos entraram em outra rua e fugiram.

Escolta
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, determinou escolta para a deputada estadual Martha Rocha.

De acordo com o governador, a linha inicial de investigação aponta para tentativa de latrocínio, já que há outras ocorrências desse tipo no mesmo local.

“Não podemos deixar impunes quem quer que seja que atente contra o Estado Democrático de Direito. Pedi ao secretário que determine uma escolta imediata para a deputada, já que ainda não sabemos se é um atentado ou um latrocínio”, disse Witzel.

Compartilhar:

  • Data: 14/01/2019 07:01
  • Alterado:14/01/2019 07:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados