Denilson Baniwa leva a ancestralidade indígena para a fachada do Itaú Cultural
O projeto do artista amazonense Denilson Baniwa, vencedor do prêmio PIPA Online 2019, propõe, na cidade, o resgate das mitologias indígenas dos povos do Alto Rio Negro
- Data: 09/10/2019 17:10
- Alterado: 09/10/2019 17:10
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Crédito:Divulgação
No dia 14 de outubro (segunda-feira), o banco da fachada do Itaú Cultural ganha nova arte, assinada pelo artista plástico Denilson Baniwa. Durante os próximos meses, a pintura de Baniwa dará ao local contornos ancestrais, contando um pouco da história e mitologia de seu povo, originário do Rio Negro, no Amazonas.
Entre diversas cores e grafismos tradicionais, estarão presentes neste trabalho dois animais mitológicos. Um deles é a cobra. De acordo com Baniwa, no início do mundo, um relâmpago, ao tocar a terra, transformou-se na cobra canoa, que trazia dentro dela os primeiros seres humanos do planeta. Na história, ela desce no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e sobe pelo território brasileiro, distribuindo as etnias, fazendo os rios e montanhas, até chegar à cachoeira Ipanoré, no Rio Negro, onde descansa até hoje.
O outro animal que o artista plástico, vencedor do prêmio PIPA Online 2019, representará é a onça. Denilson Baniwa conta que antes dos humanos dominarem o planeta com ferramentas e ciência, todos os seres viviam juntos, e que este animal, em especial, possuía um mestre que era o ser mais próximo do grande criador. Por isso, a onça se tornou o símbolo do conhecimento do universo, do cosmos, sendo de grande importância para formação dos pajés – estes, durante sua trajetória de estudos, passam por diversos mundos, sendo o da onça o último, por ela ser a guardiã dos mais altos conhecimentos.
Sobre o artista
Denilson Baniwa nasceu em Mariuá, no Rio Negro, Amazonas. Sua trajetória como artista teve início ainda na infância, a partir das referências culturais de seu povo. Na juventude, ele se engajou na luta pelos direitos dos povos originários e transitou pelo universo não-indígena, apreendendo referenciais que fortaleceriam sua resistência. É um artista antropófago, pois apropria-se de linguagens ocidentais para descolonizá-las em sua obra. Em sua trajetória contemporânea, consolida-se como uma referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional.
Itaú Cultural
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