Dengue em SP: dados revelam situação preocupante e expectativa de epidemia
Estado já confirma mais de 70 mil casos e 38 mortes, com a disseminação do sorotipo 3 da doença.
- Data: 07/02/2025 17:02
- Alterado: 07/02/2025 17:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Os dados referentes aos casos de dengue no estado de São Paulo em 2025 revelam uma situação preocupante, apesar de os números serem inferiores aos registrados no mesmo período do ano anterior. As autoridades de saúde já preveem um novo ciclo epidêmico para este ano.
Em declaração à imprensa, o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, destacou a gravidade da situação. “A condição da dengue não apresenta perspectivas melhores para 2025. Estamos lidando com um novo sorotipo viral e uma população que se mostra mais vulnerável“, comentou Paiva durante o Encontro de Gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) Paulista, onde foram discutidas novas iniciativas para o controle da doença.
Até a última sexta-feira (7), o estado havia confirmado 73.609 casos de dengue e contava com 68.491 investigações em andamento. Infelizmente, a doença já resultou em 38 mortes confirmadas, com mais 206 óbitos sob análise. No momento, 55 municípios estão com decretos de emergência devido à dengue.
Comparativamente, em 2024, foram contabilizados 101.121 casos e 89 mortes no mesmo intervalo. O secretário Paiva observou que algumas regiões, como Araçatuba, Rio Preto, Araraquara, Presidente Prudente e Bauru, estão enfrentando níveis epidêmicos significativos. Embora o número total de infecções e mortes esteja ligeiramente abaixo do registrado anteriormente, existe a preocupação com um potencial aumento nas próximas semanas.
Um ponto crítico destacado por Paiva é a disseminação do sorotipo 3 da dengue, que está avançando com intensidade neste ano. Em 2024, esse subtipo foi limitado à região noroeste do estado. O secretário alertou que aqueles que contraíram dengue recentemente permanecem suscetíveis ao sorotipo 3, elevando o risco de formas graves da doença. “Caso não haja uma política eficaz de controle e prevenção, o número de óbitos poderá ser alarmante“, adverte.
No encontro realizado com gestores municipais, foi enfatizada a necessidade urgente de intensificar as ações contra o mosquito Aedes aegypti, vetor das arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Os gestores foram instruídos a eliminar criadouros do mosquito e a promover o diagnóstico precoce da doença, além de garantir hidratação adequada aos pacientes.
“É essencial que a população compreenda que esse mosquito aparentemente inofensivo pode ser fatal. Estamos planejando uma campanha na televisão para aumentar a conscientização sobre os riscos e fortalecer os serviços de saúde nas unidades básicas“, disse Paiva.
O governo estadual já destinou R$ 228 milhões aos municípios para ações voltadas ao combate das arboviroses, um incremento significativo em relação aos R$ 200 milhões investidos em 2024.