Defesa Civil começa retirada de toneladas de peixes mortos no rio Piracicaba

Usina multada em R$ 18 milhões é investigada pelo Ministério Público; São José S/A Açúcar e Álcool diz não ter conhecimento de ligação de atividades com mortandade

  • Data: 22/07/2024 09:07
  • Alterado: 22/07/2024 09:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Folhapress
Defesa Civil começa retirada de toneladas de peixes mortos no rio Piracicaba

Área de onde partiu o contaminante que resultou na tragédia ambiental em Piracicaba (SP)

Crédito:Divulgação/Cetesb

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A Defesa Civil e a Polícia Militar Ambiental começaram neste domingo (21) a retirada de cardumes de peixes encontrados mortos no rio Piracicaba (a 157 km de São Paulo), após um desastre ambiental.

Dez embarcações de pequeno porte e dois hidrotratores iniciaram a limpeza do rio na manhã de domingo. A operação envolve 30 homens. Segundo a Defesa Civil, os hidrotratores retiram os cardumes maiores e as embarcações menores fazem a retirada manual.

Já foram recolhidas 36 toneladas de peixes mortos do rio em uma operação delicada, em que é preciso tomar cuidados com a preservação do meio ambiente e a recuperação da fauna afetada.

Após a finalização de um laudo técnico, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) multou em R$ 18 milhões a Usina São José S/A Açúcar e Álcool pelo derramamento de resíduos de cana-de-açúcar com alta carga orgânica.

Segundo a companhia, o incidente causou a morte de mais de 235 mil espécies de peixes na região urbana de Piracicaba no dia 7 de julho e na APA (Área de Proteção Ambiental) Tanquã no dia 15 de julho.

Foi identificada a relação direta entre o derramamento de uma substância poluente (resíduos do processo industrial e mel de cana-de-açúcar) pela usina e os dois episódios de mortandade de peixes.

A Cetesb informou que também fará exigências técnicas e estabelecerá medidas corretivas para a usina.

“O resultado das análises laboratoriais coletadas, das investigações e inspeções realizadas não deixam dúvida sobre a relação entre o extravasamento de material poluente e os episódios de mortandade de peixes”, afirma a diretora-presidente em exercício da Cetesb, Mayla Fukushima.

A empresa, em nota, disse que “não recebeu evidências que demonstrem nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes”.

A usina contestou a investigação e afirmou que outros focos de poluição não foram considerados.

O Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) do Ministério Público instaurou um inquérito civil para investigar a responsabilidade da usina, localizada em Rio das Pedras, a 16 km de Piracicaba.

A investigação vai avaliar a extensão dos prejuízos provocados aos ecossistemas aquáticos da região e deve levar à adoção de providências para reparação.

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  • Data: 22/07/2024 09:07
  • Alterado:22/07/2024 09:07
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  • Fonte: Folhapress









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