Curiosidade: a primeira “moradora” do Cemitério da Consolação
Cemitério da Consolação é mais do que um local de repouso. É um museu a céu aberto, repleto de obras de arte tumular.
- Data: 30/04/2024 14:04
- Alterado: 30/04/2024 14:04
- Autor: Redação
- Fonte: Consolare
Imagem do Cemitério da Consolação (1890)
Crédito: Acervo do Museu Paulista da USP - Wikimedia Commons/ Domínio Público.
Entre os túmulos imponentes e as histórias cativantes do Cemitério da Consolação, repousa a primeira moradora do local: Thereza de Jesus Correia, carinhosamente conhecida como Dona Thereza. Seu sepultamento, realizado em 15 de agosto de 1858, no dia da inauguração da necrópole, marcou o início da história deste importante marco histórico e cultural da capital paulista.
O cemitério da Consolação, hoje administrado pela concessionária Consolare, foi criado após a promulgação por D. Pedro I, em 1828, da lei que obrigava as Câmaras Municipais a construírem cemitérios a céu aberto. Antes dessa regulamentação, os sepultamentos eram realizados nas regiões centrais das cidades, dentro e ao redor das igrejas.
Embora haja pouca informação disponível sobre Thereza, sabe-se que ela era agregada do Major Matheus Fernandes Coutinho. Seu sepultamento está registrado no livro que está no Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, constando em uma anotação datada de 15 de agosto de 1858, na quadra geral do cemitério, então chamada de “quadro comum”.
A “moradora” é sempre apresentada aos visitantes durante as visitas guiadas, realizadas semanalmente pela Consolare no cemitério. Para Francivaldo Gomes, conhecido como Popó, guia no Consolação há mais de 20 anos, mencionar Thereza nos passeios é fundamental para contar a história do local. “Como primeira pessoa sepultada no primeiro dia da inauguração do Consolação, ela representa a história de milhares de pessoas que aqui foram sepultadas ao longo dos anos”, afirma Popó. “Sua história, ainda que envolta em mistérios, é um lembrete da importância de preservarmos a memória de todos que contribuíram para a construção da nossa cidade”, finaliza.
O Cemitério da Consolação é mais do que um local de repouso. É um museu a céu aberto, repleto de obras de arte tumular, que narram a trajetória de figuras notáveis da história de São Paulo e do Brasil. Entre os sepultados no local, estão personalidades como Domitila de Castro, a Marquesa de Santos; a artista modernista Tarsila do Amaral; Luís Gama, poeta e jurista conhecido como patrono da abolição da escravidão; Líbero Badaró, médico, jornalista e patriarca da Imprensa Livre; os modernistas Mário e Oswald de Andrade; o escritor e editor Monteiro Lobato, entre outros.
Serviço:
Visitas Mediadas no Cemitério da Consolação
Onde: Cemitério da Consolação (R. da Consolação, 1660 – Consolação, São Paulo).
Quanto: Grátis – Reservar ingresso no Sympla (há limite de 50 ingressos por visita).
Quando: segundas-feiras, das 14h às 16h, conforme cronograma das próximas datas:
Maio: 06, 13, 20 e 27.
Junho: 03, 10, 17 e 24.
Julho: 01, 08, 15, 22 e 29.
Tour noturno: uma vez por mês também é realizado o passeio noturno no cemitério, às 19h, uma parceria com o projeto O Que Te Assombra? E as inscrições são divulgadas no perfil oqueteassombra. Limite de 130 pessoas.