Cúpula do Brics no Brasil é confirmada, mas presença de Xi Jinping ainda é incerta

Encontro entre Celso Amorim e Wang Yi discute participação do líder chinês no evento de julho no Rio de Janeiro.

  • Data: 16/02/2025 17:02
  • Alterado: 16/02/2025 17:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Cúpula do Brics no Brasil é confirmada, mas presença de Xi Jinping ainda é incerta

Xi Jinping e Lula no Palácio da Alvorada: parcerias e sinergia

Crédito:Ricardo Stuckert / PR

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A cúpula do Brics, programada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, foi oficialmente confirmada, porém a participação do presidente da China, Xi Jinping, permanece incerta. A situação foi discutida em um encontro entre Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o chanceler chinês Wang Yi, realizado no último sábado.

Durante essa reunião, Amorim destacou que “encontros futuros” estão nos planos, mas que será necessário avaliar as circunstâncias envolvidas. Ele mencionou a complexidade das agendas internacionais, com eventos como a cúpula do Brics, a reunião entre China e Celac, e a COP30, que dificultam as viagens dos líderes mundiais.

O Brasil expressa forte desejo pela presença de Xi na cúpula do Brics. Segundo Wang Yi, a questão é pautada por conflitos de calendário. Amorim enfatizou a importância da presença chinesa na cúpula, citando precedentes históricos como a participação do ex-líder Hu Jintao na primeira cúpula no Brasil, mesmo após seu país enfrentar um desastre natural. “Brics sem China não é Brics”, afirmou Amorim.

Amorim também reforçou a relevância da presença de Xi no contexto atual, caracterizado por uma quebra nas normas internacionais. Ele mencionou eventos recentes, como a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde, além da ineficácia atual da Organização Mundial do Comércio devido à falta de representantes americanos para os julgamentos.

Em sua fala, Amorim sublinhou que esses fatores acentuam o papel dos Brics como um fórum ativo na política internacional. Ele destacou que Brasil e China são fundamentais para o grupo, enquanto a Rússia se apresenta como um desafio adicional devido ao conflito na Ucrânia.

Quanto ao Fórum China-Celac previsto para maio em Pequim, Amorim comentou sobre o interesse chinês na participação brasileira. No entanto, ele ressaltou que Lula enfrenta dificuldades logísticas para viajar à Ásia duas vezes em um curto período de tempo. O presidente brasileiro já tem uma visita ao Japão agendada para março.

Além disso, o assessor mencionou que Lula precisa priorizar as questões internas do Brasil neste momento. Sobre uma possível participação de Xi na COP30 em novembro em Belém, Amorim indicou que houve uma resposta negativa por parte chinesa ao convite feito pelo Brasil.

No encontro com Wang Yi, o chanceler chinês reafirmou o compromisso de implementar os consensos alcançados entre Xi e Lula durante sua reunião em Brasília no ano passado. Wang destacou que a colaboração entre as iniciativas chinesas e as estratégias brasileiras contribui para fortalecer a cooperação bilateral.

Amorim também trouxe à tona questões relacionadas à política global contemporânea durante sua conversa com Wang Yi. Entre os tópicos discutidos estavam as tarifas americanas e a imprevisibilidade nas relações comerciais sob a administração de Donald Trump, fatores que tornam ainda mais crucial a relação entre Brasil e China.

Recentemente, Maria Laura Rocha, secretária-executiva do Itamaraty, visitou a China e ficou satisfeita com as discussões que teve com autoridades locais sobre temas estratégicos internacionais e latino-americanos. A mídia estatal chinesa também noticiou os desdobramentos das tarifas americanas e o compromisso de Lula em adotar medidas recíprocas contra os EUA.

“Haverá reciprocidade”, declarou o presidente brasileiro, mencionando ainda a possibilidade de recorrer à OMC em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

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  • Data: 16/02/2025 05:02
  • Alterado:16/02/2025 17:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
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