Culturas em Trânsito: Refúgio e Migração

Em cooperação com a ACNUR, Sesc São Paulo realiza série de atividades dedicada ao tema da integração em novos territórios

  • Data: 15/06/2021 16:06
  • Alterado: 15/06/2021 16:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sesc São Paulo
Culturas em Trânsito: Refúgio e Migração

Orquestra Mundana Refug

Crédito:Divulgação/Ricardo Ferreira

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Entre os dias 10 de junho e 19 de julho de 2021, o Sesc São Paulo realiza o especial Culturas em Trânsito: Refúgio e Migração, que terá exibição de filme pela plataforma Cinema #EmCasaComSesc, oficina, ciclo de palestras e transmissão ao vivo de debate pela série Ideias #EmCasaComSesc, no canal do Sesc São Paulo no Youtube, além de histórias contadas por artistas e compartilhadas por imigrantes em encontros online. As ações têm o intuito de promover uma reflexão sobre os desafios da integração de imigrantes e refugiados em novos territórios, mais especificamente no Brasil, bem como apresenta um panorama diverso da produção cultural realizada por essas pessoas enquanto vivenciam o trânsito de ambiências.

As ações são pensadas de forma a acolher para transformar e buscam contribuir para a autonomia dos participantes, bem como apaziguar as consequências do exílio, como a saudade, e contribuir para a desconstrução da xenofobia e para a compreensão da situação de refúgio no Brasil. “Ao se juntar às celebrações dessa importante efeméride, o Sesc também busca destacara importância do fortalecimento de ações que, além de continuadas, estejam dedicadas a promover uma integração inclusiva da pessoa em trânsito, e na qual imigrantes e refugiados tenham protagonismo”, afirma Cristina Madi, gerente de Estudos e Programas Sociais do Sesc São Paulo.

Para Danilo Miranda, diretor do Sesc São Paulo: “Investir na continuidade de atividades e encontros que envolvem a memória do acolhimento e possibilitar a manutenção de um ambiente apto a receber essas trocas culturais são algumas das formas encontradas pelo Sesc para expressar essas culturas em trânsito e refletir sobre o direito à migração como parte do compêndio dos direitos humanos fundamentais”.

Nesse sentido, em 2020 o Sesc São Paulo e a ACNUR  formalizaram, por meio de um Termo de Cooperação, uma parceria construída desde 1995, em que as entidades vêm articulando ações pela garantia dos direitos das pessoas refugiadas de diferentes formas: provendo capacitações aos professores da rede municipal de ensino; aulas de português em diversas unidades; facilitação do acesso às atividades culturais, artísticas, esportivas e de lazer credenciadas nas unidades; incentivo a apresentações artísticas e debates virtuais; apoio a campanhas.

O projeto Refúgios Humanos, um curso desenvolvido e protagonizado por pessoas em situação de refúgio e por agentes que atuam nesse campo, elaborado pelo Sesc para ampliar o repertório de professores para o tema, é realizado desde 2016 e foi o ponto disparativo para o registro do Acordo de Cooperação junto ao Núcleo Étnico-Racial (NEER) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, também em 2020.

Além disso, desde 1995 existe uma parceria entre o Sesc e a Cáritas Arquidiocesana, que realiza cursos de português, uma vez que a língua é um recurso importante para criar meios de vida durante a transição, sendo por vezes uma barreira na integração. “A língua ajuda no processo de retomada de memórias afetivas, quando as pessoas podem compartilhar suas histórias e contribuir nos processos educativos em diversas áreas de atividades”, afirma Denise Orlandi Collus, assistente técnica da Gerência de Estudos e Programas Sociais do Sesc São Paulo.

Outra ação de articulação para mitigar os efeitos da vulnerabilidade agravados pela pandemia foi a inclusão de pessoas em situação de refúgio e migração, participantes do programa, entre os grupos atendidos pelo Mesa Brasil Sesc em São Paulo, que há 26 anos se dedica a coletar, selecionar, transportar e distribuir alimentos, conectando doadores a instituições sociais cadastradas.

AÇÃO URGENTE CONTRA A FOME

Com o objetivo de ampliar a rede de solidariedade para levar comida às pessoas em situação de vulnerabilidade social, o Sesc São Paulo, em parceria com o Senac São Paulo, realiza campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis nas unidades do Sesc e Senac em todo o estado. São mais 100 pontos de coleta na capital, região metropolitana, interior e litoral. As doações são distribuídas às instituições sociais parceiras do Mesa Brasil Sesc, que repassam os itens para as 120 mil famílias assistidas. A Ação Urgente Contra a Fome é uma iniciativa do Sesc São Paulo, por intermédio do Mesa Brasil Sesc, programa criado pela instituição há 26 anos que busca alimentos onde sobra para distribuir aos lugares em que falta. O que doar: alimentos não perecíveis como arroz, feijão, leite em pó, óleo, fubá, sardinha em lata, macarrão, molho de tomate, farinha de milho e farinha de mandioca. O Sesc conscientiza a população sobre importância da doação responsável, com itens de qualidade e dentro da validade

REFÚGIO E MIGRAÇÃO NO SESC SÃO PAULO

Tendo a diversidade cultural como um valor, o Sesc São Paulo desenvolve atividades socioculturais para refugiados e solicitantes de refúgio residentes no Estado de São Paulo num conjunto de ações denominado Refúgio e Migração. Essas pessoas se deslocaram de seus territórios originais por terem suas vidas ameaçadas por motivos de raça, religião, etnia, opiniões políticas e pertencimentos a grupos sociais. Em parceria com a Caritas – Arquidiocese de São Paulo e ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o programa oferece serviços e atividades culturais, esportivas de lazer e sócio educativas voltadas às pessoas em situação de refúgio.

PROGRAMAÇÃO

O Refúgio pelas Lentes do Cinema

DISPONÍVEL ENTRE 20 DE JUNHO E 19 DE JULHO PELA SÉRIE CINEMA#EMCASACOMSESC

O cinema, por sua capacidade de contar histórias com múltiplos recursos, permite uma aproximação em camadas com o tema do refúgio. Neste ano, com o agravamento da pandemia, temas como xenofobia, discriminação e integração das pessoas em migração forçada frente à proteção social são os principais temas encontrados nos filmes. 

Los Silencios. (Dir: Beatriz Seigner, BRA, 2019). Nuria, Fabio e sua mãe, Amparo, chegam a uma ilha desconhecida na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Fugindo dos conflitos armados na Colômbia, eles descobrem que o pai, supostamente morto num deslizamento de terra causado por uma mineradora, se esconde na casa onde vivem.

Histórias de Refúgio e Migração

DISPONÍVEL NO CANAL DO SESC SÃO PAULO NO YOUTUBE

O painel traz pessoas em situação de refúgio e imigrantes residentes no Brasil contando suas histórias de vida, os acontecimentos e as situações que os obrigaram a deixar seus países de origem. Nessa série estão presentes os relatos de refugiados e imigrantes do Haiti, Guiana Inglesa, Palestina, Peru, Togo, Senegal e Venezuela. Permeados por intervenções artísticas, essas histórias de desafios e memórias afetivas se ilustram trazendo outros elementos de compreensão. Com Yolimar Josefina, Juni aLarosse, Salim Hassam, Rene e Abegail, Dylines del Carmen, Kosy Yaira Kodzode, Diamou Fallou Diop, Carlos Ernesto, Hesouwe Soh Tchao e Lara Lopes.

Interpretação Comunitária: Mediação Linguística e Cultural

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES NO SITE DO CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO DO SESC

O ciclo de palestras tem o objetivo de divulgar uma área de pesquisa relativamente recente – a Interpretação Comunitária. Diferente da Interpretação de Conferências, tal área multidisciplinar serve à mediação linguística e cultural de pessoas que não falam a língua oficial do país (imigrantes, povos indígenas, surdos, refugiados) a terem acesso aos serviços públicos. Para terem seus direitos linguísticos e de acesso aos serviços é necessário que haja mediação entre usuários e prestadores de serviço. Os palestrantes abordarão os diferentes contextos em que esse tipo de mediação acontece, os públicos que utilizam a Interpretação Comunitária e as perspectivas para a área e a construção de políticas públicas mais inclusivas:

10/6 – Interpretação Comunitária, Multilinguismo e Direitos Humanos

Com Daniella Avelane da Origuela

17/6 – Saúde e atendimento inclusivo

Com Veronica Quispe Yujra e Patricia Gimenez

24/6 – Judiciário e atendimento para migrantes

Com Lucia dos Santos e Felipe Benjamin

1/7 – Serviços públicos para surdos e indígenas

Com Vinicius Nascimento e Beatriz de Oliveira

8/7 – Políticas públicas e linguísticas e perspectivas para o campo

Com Sabine Gorowitz e Jael Sanera Sinages

•Integração e Refúgio em Tempos de Pandemia

PELA SÉRIE IDEIAS #EMCASACOMSESC, NO CANAL DO SESC SÃO PAULO NO YOUTUBE

19/6. Sábado, 16h.

Os deslocamentos forçados têm aumentado exponencialmente na última década. O contexto da pandemia trouxe desafios adicionais a esse cenário, dificultando os registros desses processos e a proteção social que promove o acesso a direitos e à integração. Quais são os maiores desafios e quais as estratégias que têm sido adotadas nesse sentido é o tema desse debate que homenageia o Dia Mundial do Refugiado. Com:

Ngalula Lorenzo Freddy

Congolês, mora no Brasil há sete anos em situação de refúgio. Educador Social no CAEMI (Centro de Acolhida Especial para Mulheres Imigrantes) e estuda Gestão da Tecnológica de Informação.

Francis Irina Salazar Arevalo

Venezuelana, mora no Brasil desde 2018. Formada em Direito e Administração, trabalha atualmente como monitora de alunos numa escola, faz trabalhos voluntários para a ONG Estou Refugiado, Educação sem fronteiras e está se organizando para trazer os filhos que estão na Venezuela.

CleytonSoares Abreu

Advogado, coordena o Serviço de Acolhida e Orientação para Refugiados da Caritas Arquidiocesana de São Paulo e integra a Comissão Nacional de Migração e Refúgio da Cáritas Brasileira, com forte atuação em campo de atendimento.

Cristianne Lameirinha (mediadora)

Formada em História pela FFLCH-USP, possui mestrado e doutorado em Letras, com ênfase em Literatura Francesa, pela mesma universidade. Coordenadora editorial das Edições Sesc desde 2013.

Lalaí – Canções de Ninar e Brincadeiras Cantadas no Mundo

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES NO PORTAL SESCSP

12/6.  Sábado, das 16h às 17h30.

A musicista Renata Mattar (Brasil) uniu-se às cantoras Mah Mooni (Irã), Oula Al Saghir (Palestina) e Mariama Camará (Guiné) para propor uma vivência de compartilhamento de cantigas  de ninar e brincadeiras cantadas de cinco países (Turquia, além dos citados). As brincadeiras convidam o público a participar com voz, gestos e ritmos, proporcionando interatividade e momentos emocionantes de trocas culturais.

Canções de Acalanto -Refúgios

NOS CANAIS DO SESC RIO PRETO E SESC SANTO AMARO NO YOUTUBE

Disponível entre 16 e 20/6.

Uma série de cinco gravações em áudio de canções de acalanto que carregam memórias afetivas de pessoas refugiadas no Brasil. Em cada episódio uma pessoa refugiada ou migrante se apresenta, conta sua história com a canção escolhida e a canta. Um músico fará bases sonoras para as canções e uma artista visual fará uma colagem com o retrato de cada convidado que será capa de cada episódio do podcast.

Canal:Youtube

As Infâncias Refugiadas – Agregador de conteúdo digital sobre Infâncias e Refúgio

Artigo de Deborah Grajzer e Josiane Veronese sobre crianças no contexto de refúgio, no mundo e no Brasil: panorama, desafios, etc. Os conteúdos do Dia Mundial do Refugiado que tocam na questão da infância serão incorporados na matéria. Disponível a partir de 18/6 no Portal Sesc SP

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  • Data: 15/06/2021 04:06
  • Alterado:15/06/2021 16:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sesc São Paulo









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