Cresce confiança do paulistano em relação à economia
Famílias com renda inferior a dez salários estão mais otimistas, tanto em relação ao cenário atual quanto às expectativas futuras, de acordo com a FecomercioSP
- Data: 10/08/2013 11:08
- Alterado: 10/08/2013 11:08
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
Chesller Moreira
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Os paulistanos estão mais confiantes em relação à economia em setembro, mas o humor ainda é bem pior do que o registrado no ano passado. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), houve alta de 2,8% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC).
O indicador subiu de 133 pontos, em agosto, para 136,7 pontos, em setembro – em uma escala que varia entre zero (pessimismo total) e 200 pontos (otimismo total). Para a FecomercioSP, o avanço na confiança do consumidor no mês de setembro reflete a desaceleração inflacionária e o menor endividamento do consumidor.
A apuração é segmentada por idade, sexo e renda. O único grupo que registrou queda do índice de confiança em setembro, em relação a agosto, foi o de renda superior a dez salários mínimos, com recuo de 3,8%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o índice despencou 21,5% para essa faixa de renda (de 164,3 pontos para 129 pontos).
Em contrapartida, as famílias com renda menor estão mais otimistas. Para essa parcela de paulistanos, o índice subiu 5,9% em setembro em relação a agosto (de 155,5 pontos para 140,4 pontos) e perdeu 9,7% em relação a setembro do ano passado (de 132,6 pontos para 155,5 pontos). Apesar da redução em relação ao mesmo mês de 2012, essa foi a menor queda de confiança verificada em relação aos grupos pesquisados.
Os dois indicadores que compõem o índice de confiança foram favoráveis em setembro. O índice que mede a percepção em relação às condições econômicas atuais subiu 4,8%, ao passar de 133,1 pontos, em agosto, para 139,5 pontos, em setembro. Já o indicador que mede as expectativas futuras aumentou 1,4%, passando de 133 pontos, em agosto, para 134,9 pontos, em setembro.
Analisando as condições econômicas atuais, as mulheres estão mais otimistas, com aumento de 6,9% no índice, de 128,1 pontos, em agosto, para 137 pontos, em setembro. Segundo a FecomercioSP, o resultado confirma que o público feminino – na maioria das vezes, o responsável pelo orçamento doméstico das famílias – está menos incomodado com a alta dos preços.
No índice que mede a percepção futura do consumidor, também houve disparidade entre os consumidores de rendas diferentes. Os paulistanos com renda inferior a dez salários mínimos estão 5,9% mais confiantes no futuro, passando de 132,3 pontos, em agosto, para 140,2 pontos, em setembro. O índice para os consumidores com renda acima deste patamar de renda caiu 8% – de 134,5 pontos, em agosto, para 123,8 pontos, em setembro.
NOTA METODOLÓGICA
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2.100 consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando-se em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia entre zero (pessimismo total) e 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados balizam decisões de investimento e de formação de estoques para varejistas, bem como para outros tipos de investimentos das empresas.
A metodologia foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano criado em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 90, a FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.