Crea-SP busca viabilizar cidades inteligentes em relatório ao governo estadual

O conceito de cidades inteligentes, amplamente disseminado, tem revolucionado a forma de se pensar os espaços urbanos, que passam a ser mais acessíveis e sustentáveis. Mas, qual o percurso que um município precisa percorrer para se configurar como uma cidade inteligente? Para acelerar essa transformação, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) produziu um relatório técnico para nortear a administração pública frente aos desafios dos 645 municípios paulistas. O conteúdo foi entregue ao vice-governador, Felício Ramuth; ao secretário de Governo, Gilberto Kassab; e ao secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco; pelo presidente do Conselho, Engenheiro Vinicius Marchese, no 2º Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes, em Santos, que aconteceu nos dias 4 e 5 de agosto.

O evento consolidou as discussões realizadas ao longo das etapas regionais do Colégio Estadual de Inspetores do Crea-SP, que reuniu mais de 2 mil profissionais da área tecnológica entre os meses de março e maio. Os participantes mapearam o atual cenário das cidades paulistas com base nos seguintes eixos temáticos: acessibilidade, agricultura, desenvolvimento urbano e habitação, saneamento básico e gestão de resíduos, capacitação profissional e a participação das mulheres nas profissões.

“A entrega que fizemos ao governo do Estado é mais uma comprovação da importância da área tecnológica para o desenvolvimento. O Conselho está mobilizado a favor de bons projetos, que tenham impactos positivos na vida das pessoas. E essa é uma convocação para que todos vocês, profissionais, aliados ao conhecimento técnico e às lideranças dos municípios, se aproximem das gestões públicas e ajudem as cidades a se transformarem em inteligentes”, apontou Marchese na abertura da solenidade.

Presente na primeira noite do Simpósio, o vice-governador Felício Ramuth destacou que para uma cidade se tornar inteligente não basta apenas ter tecnologia. “Cidade inteligente é uma cidade que se mobiliza para cuidar bem das pessoas. E vocês, das Engenharias, Agronomia e Geociências, são ferramentas fundamentais para o desenvolvimento do Estado. Olho para cada um de vocês e vejo a importância do trabalho para que possamos alcançar nossos objetivos para São Paulo”, disse.

Na mesma linha, o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, reforçou que uma das responsabilidades do governo é justamente a transformação dos municípios em cidades inteligentes. “Temos absoluta certeza de que as cidades só serão consideradas inteligentes quando tivermos oportunidade e equidade para todas as pessoas”, adiantou.

Anderson Farias, prefeito de São José dos Campos, certificada como cidade inteligente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também esteve no evento e endossou a integração entre instituições, Poder Público e sociedade. “Precisamos compartilhar conhecimentos, recursos, e fazer de forma conjunta, para que cada um faça a sua parte, pois o Poder Público não resolve os problemas sozinho. É uma responsabilidade coletiva”, ponderou.

Com a entrega efetuada, o objetivo é que os estudos sejam utilizados como base para desenvolver novas políticas públicas que resolvam os principais desafios dos municípios. “O Crea-SP segue empenhado em dar o suporte técnico necessário para que a gestão pública aplique soluções inovadoras e as cidades se tornem mais inteligentes, humanizadas e seguras”, concluiu Marchese.