CPPP celebra 10 anos com lançamento de plano que alerta para a convivência entre seres humanos e macacos-prego
Publicação tem como objetivo conscientizar e criar estratégias para diminuir e evitar atritos gerados nas interações entre visitantes das unidades de conservação e primatas
- Data: 20/06/2024 13:06
- Alterado: 20/06/2024 13:06
- Autor: Redação
- Fonte: SEMIL
Crédito:PMETRP
É muito comum de ser ver nos dias de hoje seres humanos interagindo com macacos-prego, espécie que se adapta facilmente a qualquer ambiente e a diversos tipos de alimentos. Mas, oferecer comida a eles é um ato saudável? A resposta é não, principalmente porque além de conduzir a uma mudança comportamental pode-se estar compartilhando também doenças que, no ser humano, são facilmente tratadas, mas, nos animais, mais complexas.
Criado como um alerta para a conscientização do público, o plano “Diretrizes para a coexistência entre populações humanas e macacos-prego em unidades de conservação do estado de São Paulo”, tem como objetivo reunir informações sobre a espécie e as características que podem estar relacionadas a ocorrências de conflito nesses espaços visitados pelo público.
O diagnóstico do documento, lançado na comemoração dos 10 anos da Comissão Pró-Primatas Paulistas (CPPP), visa à proteção integral da espécie nas unidades de conservação e traz sugestões de estratégias para evitar ou mitigar possíveis atritos, além da transmissão de doenças. De acordo com o levantamento, herpes vírus e espuma vírus são exemplos de patógenos que podem ser transmitidos entre humanos e macacos, caso ocorra o contato entre eles. “Nosso intuito é o de fazer com que o conteúdo possa promover a coexistência entre as populações humanas e os macacos-prego por meio da conscientização e educação ambiental”, afirma a coordenadora da Comissão Pró-Primatas Paulistas, Paloma Arakaki.
O documento traz várias soluções para evitar potenciais conflitos, que podem ser combinadas. Uma delas é a de estabelecer áreas mais afastadas do público, dentro da mata, onde os macacos possam se alimentar e evitar o contato com comidas industrializadas que não fazem parte da alimentação típica de seu habitat natural. Outra é impedir a entrada de visitantes com alimentos em áreas com maior concentração de macacos-prego, além de prover guarda-volumes e recomendar uso de mochilas fechadas nos parques e unidades de conservação. Também é recomendado impedir o acesso dos animais às comidas dos visitantes e instalar lanchonetes, quiosques e locais reservados aos piqueniques à maior distância possível das áreas de mata, entre outras intervenções.
Para a elaboração do plano, os técnicos avaliaram as UCs a partir das dimensões e das características do entorno com ocorrência de primatas, elencando aquelas com potencial para conflito entre humanos e macacos-prego. As UCs foram, então, classificadas numa escala de risco de conflito variando entre 2 e 5, sendo 5 o valor para conflito já instalado ou alto risco. Das 49 unidades avaliadas, nove apresentam alto risco.
Primatas de porte médio, com cauda curta e membros também curtos e robustos e com um característico tufo de pelos no alto da cabeça, os macacos-prego podem ser encontrados em diversos biomas por toda a América do Sul, nas florestas úmidas da Amazônia e na Mata Atlântica, bem como nas matas mais secas do Cerrado e da Caatinga.
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