Corrida de rua global e beneficente reúne mais de 100 mil pessoas

O mundo esteve unido no último domingo (8), seja no frio do início de outono do Brasil, no sol do Cairo, ou na neve da Suécia. Nem mesmo os extremos 42°C registrados na Índia ou os -8°C na Groenlândia impediram cerca de 162 mil pessoas de todos os cantos do planeta de participarem da 9ª edição da Wings for Life World Run, corrida de rua global que reverte todo o valor arrecadado às pesquisas em prol da cura da lesão medular. Conhecida por não ter uma linha de chegada fixa, a prova novamente surpreendeu a todos: os campeões globais Jo Fukuda (JPN) e Nina Zarina (RUS) correram, respectivamente, 64,43 km e 56 km até serem alcançados pelo “Catcher Car”, linha de chegada móvel que é um dos ícones da prova.

No Brasil, milhares de pessoas se uniram à causa novamente neste ano. A corrida, via aplicativo, contou com as direções e instruções da jornalista esportiva Glenda Kozlowski e o Catcher Car recebeu a voz do piloto Felipe Fraga. Brasileiros correram individualmente ou em grupo de todos os cantos do país, e as cidades de São Paulo, Maceió, Brasília e Porto Alegre sediaram corridas oficiais, reunindo inúmeros corredores que vibraram com a atmosfera de provas de rua e a energia das pessoas ao redor. Diego Campos, com 45,28 km, foi o vencedor nacional na categoria masculina; já Giovanna Damiani, vencedora no país entre as mulheres, atingiu a marca de 36,12 km corridos até ser alcançada pelo carro.

Entre corredores profissionais, cadeirantes, amadores e motivados pela causa, foram arrecadados 4,7 milhões de euros (cerca de 25,4 milhões de reais), que serão direcionados às pesquisas sobre a cura da lesão medular. Neste ano, a prova ainda bateu um marco muito especial e ultrapassou o número de 1 milhão de participantes desde sua primeira edição, em 2014. Além disso, no Brasil, a Wings For Life World Run contou com patrocínio da FILA e com a colaboração de diversas personalidades brasileiras na divulgação da prova e da causa: Neymar Jr, Claudia Leitte, Juliana Paes, Thelma Assis, Isabeli Fontana, Cleo, Carolina Ferraz, Caito Maia, entre outros.

Para Anita Gerhardter, CEO da Fundação Wings for Life, organização que coordena a corrida anualmente, quando muitas pessoas unem forças, grandes coisas acontecem. “Sou profundamente grata por tantas pessoas terem saído de suas casas e corrido por essa causa. Nos últimos anos, nós demos grandes passos em direção à cura da lesão medular. Graças às pessoas que participaram da prova, nós estamos cada vez mais perto”, comenta.

Correndo por aqueles que ainda não podem

Desde 2014, 1.086.988 pessoas já fizeram parte dessa história, somando um total de 10.266.768 km percorridos. Desde a primeira edição, mais de 38 milhões de euros (cerca de 205 milhões de reais) foram arrecadados e direcionados à cura da lesão medular através de projetos de pesquisas promissores, apoiados pela Fundação Wings for Life. Entre eles, o STIMO (ou Stimulation Movement Overground), um estudo clínico da Suíça, que possibilitou que o suíço David Mzee e o italiano Michel Roccati, paralisados há anos, participassem da Wings For Life World Run sem a ajuda de cadeiras de rodas; e o RESET, que busca fazer com que nervos danificados de pacientes com lesão da medula espinhal voltem a crescer e a se reconectar.

A Wings For Life World Run do ano que vem comemorará o aniversário de 10 edições da corrida, e acontecerá, no mundo inteiro, no dia 7 de maio de 2023. As inscrições já estão abertas no site oficial.

Resultados Gerais:

Masculino

1. Jo Fukuda, 64,43 km – Japão

2. Jonas Mueller, 63,93 km – Alemanha

3. Dariusz Nozynski, 63,90 km – Polônia

Feminino

1. Nina Zarina, 56,00 km – Rússia

2. Patrycja Talar, 53,56 km – Polônia

3. Sophia Sundberg, 49,39 km – Suécia

Pódio brasileiro:

Masculino

1. Diego Campos – 45,28 km

2. Toshiro Kishi – 41,45 km

3. Alexander Aronson – 39,45 km

Feminino

1. Giovanna Damiani – 36,12 km

2. Helen Deluque – 26,75 km

3. Fabiana Teramatsu – 26,64 km