CoronaVac é 59% efetiva contra hospitalizações em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos
Público analisado pela Fiocruz foi vacinado entre janeiro e abril deste ano, durante o surto da ômicron
- Data: 24/08/2022 14:08
- Alterado: 24/08/2022 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Butantan
Crédito:Divulgação/Instituto Butantan
Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na revista Nature Communications no último sábado (13), mostrou que a CoronaVac foi capaz de proteger crianças e adolescentes de 6 a 17 anos contra casos graves de Covid-19 durante o surto da variante ômicron. A efetividade estimada foi de 59,2% contra hospitalizações por Covid-19. Os cientistas analisaram dados de quase 200 mil crianças, imunizadas entre janeiro e abril de 2022, após aprovação da vacina do Butantan pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os dados foram obtidos do e-SUS Notifica, sistema nacional de vigilância para RT-PCR e testes de antígeno para infecção por Covid-19, do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
Vale ressaltar que todas as vacinas têm apresentado uma eficiência reduzida contra a infecção pela ômicron, que é mais transmissível, mas os imunizantes têm mantido a sua função principal de prevenir quadros graves e mortes. “Esses achados estão de acordo com estudos anteriores em adultos e adolescentes que mostraram uma redução significativa de efetividade contra ômicron em comparação com as demais variantes”, afirmam os autores.
Resultados semelhantes foram observados no Chile, que aplica a vacina no público infantil desde dezembro do ano passado. A efetividade do imunizante foi avaliada em 500 mil crianças de 3 a 5 anos, também durante o período da ômicron. A CoronaVac protegeu 69% contra internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 64,6% contra hospitalização.
Dados de farmacovigilância chilenos também mostraram que a CoronaVac foi o imunizante mais seguro para as crianças e teve a menor taxa de eventos adversos registrada, correspondendo a 0,01% do total de doses administradas. Em conjunto com uma série de estudos, essas evidências serviram de base para a recente ampliação do uso da vacina para a faixa etária de 3 a 5 anos, aprovada pela Anvisa em 13/7. Outros países como China, Colômbia, Tailândia, Camboja, Equador e o território autônomo de Hong Kong já aplicam a CoronaVac nessa população.
A vacinação é a única forma de proteger as crianças contra a Covid-19, que tem causado duas mortes por dia em menores de 5 anos desde o início da pandemia, de acordo com levantamento da Fiocruz. Para contribuir para o acesso às evidências científicas sobre a CoronaVac, esclarecer dúvidas e incentivar a imunização, o Instituto Butantan disponibilizou em seu portal um documento intitulado Dossiê CoronaVac: Crianças e Adolescentes, que reúne artigos conduzidos ao redor do mundo que atestam a segurança e eficácia da vacina.