Copom deve elevar Selic para 13,25% ao ano

A decisão impacta a economia e o setor produtivo

  • Data: 27/01/2025 07:01
  • Alterado: 27/01/2025 07:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Banco Central do Brasil
Copom deve elevar Selic para 13,25% ao ano

Crédito:Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil está agendado para se reunir na próxima quarta-feira, com a previsão de elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano. A decisão é impulsionada por pressões inflacionárias persistentes, levando analistas a preverem novas altas ao longo do ano.

Gabriel Galipolo, o novo presidente do Banco Central indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser o responsável por essa elevação na taxa de juros, marcando sua primeira reunião à frente da instituição. Vale destacar que esta será também a primeira vez que os diretores indicados pelo atual governo terão maioria no Copom.

A atual taxa Selic está fixada em 12,25% ao ano, após quatro aumentos consecutivos. Com isso, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de juros reais global. As projeções do mercado indicam que, se a alta for confirmada na reunião de 29 de novembro, a taxa poderá alcançar 15% ao ano até junho de 2025, um nível não observado desde 2006.

De acordo com Marcello Carvalho, economista da WIT Invest, apesar de Galipolo ser um nome vinculado ao governo, suas declarações até o momento sugerem que a política monetária seguirá uma linha similar àquela adotada pelo seu antecessor. O mercado permanece atento às decisões e declarações que possam indicar mudanças nessa abordagem.

A elevação da taxa Selic é uma medida tradicional utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, um problema que afeta especialmente as camadas mais vulneráveis da população. O Banco atua com base em um sistema de metas; quando as previsões estão acima das metas estabelecidas, tende a aumentar os juros.

Para o período de 2025 a 2028, o mercado estima que a inflação oficial fique em níveis superiores às metas traçadas pelo Banco Central. A meta central será de 3%, com variação permitida entre 1,5% e 4,5%.

A inflação do ano passado superou o teto estipulado pelo Banco Central, alcançando 4,83%. Fatores como condições climáticas adversas e o aumento do preço do dólar impactaram negativamente os índices inflacionários. A recuperação econômica e a redução das taxas de desemprego também têm contribuído para essa pressão inflacionária.

Analistas e representantes do setor produtivo expressam preocupações sobre as consequências de uma nova elevação dos juros. Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), argumenta que um aumento adicional pode ser prejudicial para o setor produtivo e para a economia como um todo. O custo elevado do crédito já é uma barreira significativa para pequenas e médias empresas.

Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ressalta que os juros altos impõem custos excessivos aos empresários que buscam investir ou obter capital de giro. Ele defende um consenso em torno de metas fiscais e políticas econômicas estruturantes para garantir a continuidade dos investimentos enquanto se busca o equilíbrio nas contas públicas.

Em suma, as expectativas são de que o Copom não apenas aumente a taxa Selic na próxima reunião, mas que essa elevação seja parte de uma estratégia mais ampla para conter a inflação e estabilizar a economia brasileira nos próximos anos.

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  • Data: 27/01/2025 07:01
  • Alterado:27/01/2025 07:01
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