Conservação inicia campanha de vacinação contra febre amarela em bugios
Os imunizantes começarão a ser distribuídos nesta quarta-feira (6)
- Data: 05/07/2022 09:07
- Alterado: 17/08/2023 01:08
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Macaco
Crédito:Arquivo - Agência Brasil - Fábio Massalli
A Secretaria do Verde e Meio Ambiente por meio da Divisão de Fauna Silvestre (DFS) inicia nesta quarta-feira (6) a vacinação contra febre amarela dos bugios-ruivos mantidos no Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas). A DFS é colaboradora no projeto de pesquisa “Avaliação da resposta humoral da vacina para Febre Amarela em bugios-ruivos (Alouatta guariba)”, liderado pela Superintendência de Controle de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde e Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP.
O principal intuito da vacinação visa proteger a espécie e viabilizar futuras reintroduções destes na natureza. Vale ressaltar que todas as normas foram editadas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) e aprovada “Ad Referendum” pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Faculdade de Medicina da USP em 27/04/2022.
A diretora da Divisão de Fauna Silvestre, Juliana Summa, comentou sobre a importância da pesquisa com a vacinação aos bugios: “A Divisão da Fauna espera que essa imunização traga resultados positivos, para garantir a reintrodução e revigoramento das populações de bugios-ruivos que restaram em vida livre”.
Por que serão os bugios utilizados para a pesquisa?
Todos os macacos são suscetíveis à Febre Amarela. O gênero Alouatta spp., popularmente conhecido, como bugios, guaribas ou macacos-barbados, apresenta a maior taxa de letalidade em comparação aos demais primatas, com riscos inclusive para a conservação do gênero em vida livre, principalmente em regiões onde suas populações foram fragmentadas pelo avanço da agricultura, pecuária e grandes empreendimentos, incluindo condomínios.
O recente surto de febre amarela entre 2017 e 2018 ocasionou uma drástica redução da população de bugios-ruivos na região metropolitana de São Paulo. Nesta pesquisa serão vacinados cerca de 40 animais, entre machos, fêmeas e filhotes. Após a aplicação da vacina, será coletado o sangue após 30, 60 e 180 dias, para avaliar a resposta da imunização nos animais.
Como vai ser a vacinação e a espera de resultados finais?
A vacina foi fornecida pelo Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde, com autorização da Bio-Manguinhos/Fiocruz/Brasil e do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e será aplicada pelos veterinários da DFS.
Os animais serão acompanhados clinicamente. Caso algum primata eventualmente desenvolva um quadro clínico com sintomas compatíveis com a doença vacinal, receberão cuidados veterinários e terão material biológico colhido para análise.
Sobre a Divisão da Fauna
A Divisão da Fauna Silvestre (DFS) possui duas unidades de atendimento e manejo no município de São Paulo, com sedes no Parque Anhanguera (CeMaCAS) e Parque Ibirapuera. Criada por lei em outubro de 1993, inicialmente tinha seu principal objetivo para cuidar dos animais pertencentes ao acervo dos parques municipais (cisnes, gansos e marrecos).
Atualmente, desenvolve ações de proteção e conservação da fauna silvestre do município, recebendo animais vitimados, órfãos ou oriundos de apreensões, em ações de combate ao tráfico. Seu principal destaque está relacionado ao atendimento veterinário com suporte laboratorial visando à recuperação dos animais silvestres vitimados na cidade.