Conseg completa 39 anos com ampliação do serviço e inclusão social em SP

A professora Miriam Eboli participa do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Jabaquara, na zona sul de São Paulo, desde 1988. Todo mês ela se reúne com os moradores da região para debater demandas relacionadas à segurança pública no bairro. A cada dia, a voluntária se sente cada vez mais motivada em continuar. “É o maior e mais importante fórum de debate para os problemas da comunidade que existe”, exalta Miriam. “Nunca tinha visto uma cooperação e atenção tão grande com os conselhos como agora nesta gestão.”

A conselheira conheceu o projeto por meio de um jornal e, na época, teve a iniciativa de ir até à delegacia para formar o núcleo do bairro. “Na primeira reunião éramos apenas em cinco pessoas. Só depois que o projeto começou a crescer”, lembra.

Assim como ela, mais 19 presidentes de Conseg’s da capital e da Grande São Paulo participaram nesta sexta-feira (17), no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), da comemoração dos 39 anos dos conselhos comunitários. Os membros receberam o colete do Conseg que simboliza a valorização do trabalho voluntário nas comunidades.

“Obrigado pelos senhores serem voluntários e toparem esse grande desafio de mudar o rumo da segurança pública de São Paulo. Tenham a certeza que já estamos no caminho certo”, disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Para estreitar a relação entre os Conseg’s e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), foi criado o “café com o secretário”, um encontro entre os voluntários e o chefe da pasta para o debate em conjunto das demandas trazidas pelas comunidades. No interior, também são realizadas reuniões com os conselhos locais a cada três meses.

Os Conseg’s são uma ferramenta de apoio às Polícias Civil e Militar, que recebem as solicitações das comunidades e buscam uma solução para o problema, de acordo com as particularidades de cada região.

Mais de cem unidades e NAL Indígena e PCD

Até 2023, 390 Conseg’s funcionavam no estado de São Paulo. Somente na atual gestão, foram criados cerca de 120 conselhos comunitários, reforçando a importância da contribuição dos voluntários na formação de políticas públicas para a segurança paulista. Os membros transmitem um diagnóstico real da criminalidade em cada bairro ou município.

A pasta tem sido pioneira na ampliação do projeto para outros públicos. No final do ano passado, foi criado o Núcleo de Apoio Local (NAL) para indígenas, com a finalidade de estreitar o diálogo entre os povos originários e o governo estadual. O projeto piloto foi realizado em março na comunidade Piaçaguera, em Peruíbe, que reuniu cerca de 400 moradores.

Outra medida inédita foi a implantação do projeto piloto do NAL para pessoas com deficiência. Atualmente quatro comunidades contam com o apoio, que está em fase de desenvolvimento: Itaim Paulista (capital), Itatiba e Porto Feliz, em Sorocaba (interior) e Bertioga (litoral).

“Não existe no Brasil até hoje um NAL voltado para pessoas com deficiência. É um público que necessita de algumas atenções específicas relacionados à segurança pública”, explica o coordenador estadual dos Conseg’s, coronel Leonardo Castro Isipom.

“Se a pessoa é surda ou muda, como ele vai comunicar esse crime? É nesse núcleo que trabalhamos essas questões”, exemplifica Isipom. A ideia é ampliar o programa em breve para todo o estado.