Congresso consolidou política educacional popular e democrática em Diadema
Evento reuniu cerca de 2.000 pessoas a cada dia e contou com a participação do cantor Emicida no evento de encerramento
- Data: 27/02/2023 19:02
- Alterado: 27/02/2023 19:02
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Diadema
Crédito:Kelly Fersan / PMD
O Congresso Municipal de Educação PPP Participativo: Caminhos de Construção da Justiça Curricular, realizado em Diadema entre os dias 22 e 25 de fevereiro, foi um momento de consolidação da concepção de educação popular democrática voltada para justiça curricular e organizada por meio do PPP (Projeto Político Pedagógico) Participativo. Essa é a avaliação da secretária de Educação do município, Ana Lucia Sanches. Durante quatro dias, o Congresso reuniu especialistas de diferentes áreas da educação e permitiu que toda a rede, desde os funcionários da parte operacional, como limpeza e agentes de cozinha, até os professores e equipes gestoras, participasse das mesas de diálogo.
Foram cerca de 2.000 participantes a cada dia e participação do rapper Emicida no evento de encerramento. Ana Lucia explicou que o PPP Participativo é a principal ação de organização da prefeitura na educação. “Ele organiza, centraliza, faz as escolas refletirem sobre seus objetivos conceituais, sua prática pedagógica e a estrutura que a escola deve ter dentro desse modelo”, declarou. “O PPP é essa linha mestra que organiza toda a rede municipal e que tem dentro dele um princípio. Um sentido. E ele se chama justiça curricular”, pontuou. “Uma cidade pobre como Diadema, que vem de camadas muito sofridas, precisa que a escola tenha um olhar sensível, precisa de um olhar cuidadoso”, completou.
A secretária detalhou que as dimensões da justiça curricular inclui a qualidade da educação, a vivência democrática e a participação popular e o cuidado. “Estamos com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) em curso, o GRA (Grupo de Recomposição de Aprendizagem) tem alcançado resultados expressivos no aprendizado dos estudantes e isso fala da nossa qualidade”, citou. “As perguntas que nossos estudantes formularam para o Emicida tem essa vivência democrática participativa e não é um democrático falso, mas é a fala dos estudantes e significa força que a escuta dos estudantes, desde os mais pequenos, reverbera nessa construção democrática”, acrescentou.
Ana Lucia frisou que a dimensão do cuidado passa pelo reconhecimento que Diadema é uma cidade de maioria de população negra e que por conta do racismo estrutural há desigualdades no aprendizado na frequência desses estudantes nas aulas. “A justiça curricular também está relacionada às questões étnico-raciais e não por acaso todas as nossas mesas abordaram essa perspectiva”, afirmou. “Cuidar significa se comprometer afetivamente. Por isso o Emicida foi a nossa grande pérola de todo esse processo, porque ele solidificou o sentimento de potência de que a gente pode delicadamente enfrentar nossos problemas”, pontuou.
A secretária afirmou que o grande objetivo do Congresso era sensibilizar todos os educadores e por isso toda a rede estava participando. “Foram cerca de 2.000 pessoas a cada dia e a estrutura foi pensada para isso”, declarou. “Tivemos que lidar com a forte chuva de quinta-feira e como na escola a gente precisa agir rápido diante dos problemas. Rapidamente mudamos os locais dos eventos, o que se mostrou acertado”, concluiu. Ana Lucia afirmou, ainda, que o Congresso não se encerra em si. “Todas as palestras foram gravadas e vão ser trabalhadas junto aos educadores por meio do HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), todas as sugestões e apontamentos feitos pelos palestrantes serão objeto de reflexão, de discussão, nesse processo de formação permanente da nossa rede”, concluiu.