Companhia Giradança estreia o filmedança Economia da Encarnação
Companhia Giradança estreia filme e lança livro sobre a automitologia da fêmea e a emancipação de corpos com ou sem deficiência
- Data: 10/01/2022 12:01
- Alterado: 10/01/2022 12:01
- Autor: Redação
- Fonte: Rumos Itaú Cultural
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No dia 13 de janeiro, a Companhia Giradança estreia o filmedança Economia da Encarnação, que retrata a dança-teatro de corpos mitológicos, criando lendas e referências sobre si mesmos. A obra possui erotismo, não no sentido sexual, mas de fundir corpos e dissolver fronteiras. Reflete sobre a automitologia da fêmea – termo que amplia o ser feminino e suas possibilidades de narrativa – e a oportunidade de atribuir ao corpo múltiplas possibilidades.
Ainda, no dia seguinte, 14, o grupo lança o livro Zona Dissoluta, que mescla imagens e um diário de bordo da obra inédita. O volume ficará disponível para download em www.giradanca.com. O projeto foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020 e ambas as programações acontecem via Zoom, sempre às 20h, com distribuição gratuita de ingressos pela Sympla.
Economia da Encarnação
Para Alexandre Américo, diretor artístico do Giradança, o Economia da Encarnação revela um espetáculo que não tem tempo nem lugar definidos. “Pensamos em uma direção de vídeo que captasse imagens em um espaço sem contexto, para dar ênfase a esses corpos”, conta. “Trabalhamos a pintura corporal nas fêmeas, observando como elas dançam, como se apresentam as automitologias.”
A peça é um encontro entre as três bailarinas da Companhia: Jania Santos, Joselma Soares e Ana Carolina Vieira, com a coreógrafa convidada do espetáculo, Elisabete Finger. “Queria criar com essas fêmeas uma coreografia que fosse não uma representação de histórias, mas uma encarnação delas: as que ouvimos, as que contamos, as que inventamos, as que reescrevemos”, explica Elisabete. “Se mitologias são formas de narrativas que transmitem determinados saberes, fizemos nessa peça nossas automitologias.”
Zona Dissoluta
Segundo livro escrito e organizado por Alexandre Américo, é cheio de cores, texturas e conduções por meio de hiperlinks. Trata sobre a tentativa de dissolução da imagem da deficiência que permeia a Companhia Giradança, tendo a arte como tema principal, emancipando os corpos com ou sem deficiência.
Considerado um experimento político-estético, com projeto gráfico de Vinícius Dantas e fotos da artista Guesc, o livrodança fala sobre o que foi e o que pretende ser o Giradança, através de vários escritos, fotos e cadernos de artistas – diário de bordo de cada artista que participa da obra Economia da Encarnação. “Compartilho, sem nenhum pudor, esses cadernos com erros, urgências e rasuras”, revela Alexandre Américo.
Giradança
Em 2005, no contexto da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, surge a Companhia Giradança tendo como fundadores os artistas Anderson Leão e Roberto Morais. Logo em seguida, agrupando outros artistas, a companhia se estabelece, já em seus primeiros trabalhos, como uma zona capaz de gerar tecnologias inacabadas – coreografias – operadoras de corpos discursivos com o enfoque nas relações tensionais entre corpos com e sem deficiência.
A Giradança apresenta, em palcos de todo o Brasil, um trabalho que rompe preconceitos, limites pré-estabelecidos e cria novas possibilidades dentro da dança contemporânea. Com quase uma década de trabalho, acumula diversos prêmios nos seus mais de 13 espetáculos de repertório, com os quais já se apresentou por mais de 15 estados brasileiros e cinco países.
SERVIÇO:
Rumos Itaú Cultural 2019-2020
Projeto Zona Dissoluta: criação e desenvolvimento da Companhia Giradança
Lançamento do filmedança Economia da Encarnação
Dia 13 de janeiro, às 20h
Lançamento do livrodança Zona Dissoluta
Dia 14 de janeiro, às 20h
Através da plataforma Zoom
Reserva de ingressos: www.giradanca.com/zonadissoluta
Classificação indicativa: 16 anos