Como será a Indústria 4.0 pós pandemia?

Por Antonio Carlos Dantas Cabral

  • Data: 16/12/2020 16:12
  • Alterado: 16/12/2020 16:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Como será a Indústria 4.0 pós pandemia?

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Antes de responder à pergunta título deste texto, é importante apresentar o conceito Indústria 4.0, assunto que tem sido objeto de muitas discussões técnicas e estratégicas. Muitas vezes, decisões equivocadas são tomadas em razão de mal entendidos ou atitudes precipitadas. Investimentos em robôs e softwares poderiam ser adiados ou mais bem utilizados se a alta direção tivesse avaliado com maior criticidade as publicações disponíveis.

A ACATECH (Academia Alemã de Ciência e Engenharia) define Indústria 4.0 como a conexão entre máquinas inteligentes, instalações de produção, componentes e sistemas de armazenamento e transporte para formar redes de valor. Conhecer esse conceito é, por certo, o passo que deve anteceder todas as iniciativas de aplicação no cotidiano das empresas. O Plano de CT&I para Manufatura Avançada no Brasil, publicado em 2017, mapeia a situação nacional e auxilia a elaboração das estratégias empresariais. 

A ACATECH preconiza a necessidade de se medir o Índice de Maturidade de uma empresa para orientar a estratégia de implantação. Para tanto, elaborou um roteiro com seis estágios (leia-se graus de maturidade), representados na figura com a cor azul. Cada um deles tem seus objetivos e características. A avaliação criteriosa dos procedimentos e instalações atuais permite determinar a posição em que ela se encontra e, a partir disso, planejar uma Jornada cuja duração dependerá da distância que separa do destino e das tecnologias – só as necessárias – que se pretende utilizar. 

O bloco verde foi inserido na figura para representar o “grau de maturidade zero”, que requer ações básicas pré jornada. Por exemplo, os dados de produção não devem ser anotados em papel para posterior inserção no ERP porque erros podem comprometer decisões estratégicas. Além disso, é imprescindível não acreditar em soluções mágicas (softwares ou equipamentos ditos 4.0) trazidas por querubins que subitamente batam a sua porta.

Em síntese, é fundamental pensar sempre em Jornada rumo à Indústria 4.0!

Neste momento, é possível responder à pergunta título do texto. 

A premissa adotada é que as empresas vão operar de maneira diferente daquela adotada antes da pandemia. Novas formas de trabalho que exigirão mais conectividade entre os profissionais da empresa e entre os agentes das cadeias produtivas constituem-se no principal desafio a vencer nos próximos anos. Dados dos parâmetros críticos coletados por sensores corretamente instalados deverão ser garimpados e analisados para embasar decisões. A esse respeito, o livro 21 Lições para o Século 21, escrito por Yuval Harari é leitura obrigatória porque desenha o cenário claro dos anos vindouros. 

A AGIPLAN publicou os resultados da “Corona Start Survey”, pesquisa realizada pela VDI Alemanha para avaliar a expectativa das indústrias em relação a esse tema. O principal deles é: a crise atuou como catalisadora do processo de digitalização, o ponto de partida da jornada. 

Essa é a minha expectativa para esse período que é chamado de “pós-pandemia”. Gostando ou não dessa expressão, a conectividade será o impulsionador de velocidade das indústrias de bebidas na sua jornada. Ao mesmo tempo, garimpar e tratar os dados coletados com foco e com limites claros será o grande desafio. Os sistemas produtivos que mais rapidamente se adaptarem terão a almejada vantagem competitiva. Os demais…….

Antonio Carlos Dantas Cabral – Graduado em Engenharia de Alimentos; Mestrado em Food Science – RUTGERS – The State University of New Jersey; MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e doutorado em Engenharia de Produção. Atua no Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia como coordenador e professor do Curso de Engenharia de Produção; professor do Curso de Engenharia de Alimentos; coordenador e professor do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Embalagem. 

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