Como as variações do dólar impactam os investimentos

Quando o dólar opera em alta, tende a beneficiar empresas que atuam na exportação de produtos, como as commodities, favorecendo o mercado de ações

  • Data: 29/09/2021 15:09
  • Alterado: 29/09/2021 15:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Experta Media
Como as variações do dólar impactam os investimentos

Dólar

Crédito:Divulgação

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São diversos os fatores que fazem o dólar oscilar. Entre eles situações de instabilidade política, como a que o Brasil vem passando nos últimos anos. Somado a isso, está a crise mundial, que acaba afetando a economia de todos os lugares. 

Um exemplo recente de fatores externos é a pandemia de Covid-19. Em 2020, o preço da moeda americana no Brasil apresentou uma alta de quase 30%. Desde então, o dólar atingiu o patamar mais alto de sua história, passando da casa dos R$ 5.

Por outro lado, o dólar pode ser encarado como um produto, refém da lei da oferta e da procura. Quanto mais pessoas buscam pela moeda, mais cara ela fica. O contrário também ocorre. O dólar hoje flutua ainda porque o Governo Federal não interfere nas taxas, devido a uma política de câmbio flutuante adotada no país desde 1999. 

O brasileiro, atualmente, sente no bolso os reflexos da alta do dólar. A alimentação está mais cara, assim como os medicamentos e os combustíveis. Contudo, para quem investe renda fixa, variável e na taxa de juros, o cenário merece certa atenção. 

O dólar e os investimentos

Em geral, fundos cambiais são os primeiros a serem afetados pela variação constante do dólar. Se o rendimento está pré-fixado de acordo com a taxa de câmbio, cada alta ou baixa da moeda estrangeira vai impactar nos rendimentos, na taxa básica de juros (Selic) e no CDI.

A princípio pode parecer que a alta do dólar vai, consequentemente, aumentar o rendimento na renda fixa, mas é preciso salientar que isso nem sempre acontece. Dólar alto traz inflação, o que sempre reduz o poder de compra.

No caso dos investimentos em renda variável, como a Bolsa de Valores, o dólar também tem papel decisivo. As empresas brasileiras que importam muitos produtos tendem a sofrer com a alta da moeda americana, o que gera impacto na margem de lucro, reduzindo o seu valor. Com a inflação, o preço das ações também oscila.

Por outro lado, empresas que exportam ficam valorizadas quando o dólar sobe. Como elas comercializam seus produtos em dólar, acabam por aumentar seus lucros e ter suas ações valorizadas na Bolsa. Quem investe em ações, por sua vez, tende a apostar mais em empresas que exportam quando o dólar está alto e o investimento é direcionado às importadoras quando a tendência do dólar é de queda.

Outra modalidade de investimento que sofre diretamente com a variação do dólar é o Brazilian Depositary Receipt (BDR). Como a negociação ocorre a partir do acesso a empresas americanas e europeias, mesmo que a partir de corretora brasileira, o câmbio da moeda tem influência nas aplicações.

As commodities e o dólar

Commodities são os produtos mais comuns a serem negociados em larga escala entre países. Nessa lista estão: minério, petróleo, celulose, frutas e outros tipos de alimentos. A cotação deles aumenta à medida que cresce a procura. Com os produtores aumentando a exportação e preferindo investir na venda externa – pelo pagamento em dólar – o preço deles acaba subindo também para o mercado interno.

Historicamente, quando isso acontecia, o dólar acabava sofrendo uma queda, pois com mais venda, mais dólar entrava no país e, com isso, a cotação baixava. A equação sempre foi: dólar alto, commodities em baixa. Desta vez, porém, isso não tem acontecido. O dólar hoje está no seu maior patamar, enquanto que as commodities também. 

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