Comissão da Câmara convida Janot para explicar declarações sobre Gilmar e Lava Jato
O ex-procurador-geral, que disse ter pensado em matar o ministro, não é obrigado a comparecer à CCJ
- Data: 02/10/2019 15:10
- Alterado: 02/10/2019 15:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Lula Marques/Divulgação
Após dizer que quase matou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foi convidado a dar explicações na Câmara. Um pedido para ouvi-lo foi aprovado na manhã desta quarta-feira, 2, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Janot não é obrigado a ir.
Em declaração ao Estado na quinta-feira passada, o ex-procurador-geral afirmou que no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do Supremo com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot.
O convite foi apresentado pelo deputado Delegado Pablo (PSL-AM), que também pretende discutir as declarações do ex-procurador-geral sobre sua atuação na Operação Lava Jato, feitas no livro “Nada Menos que Tudo”.
“A intenção é trazer luz ao tema que ele falou a toda a mídia, que durante a Lava Jato foi, por várias autoridades da República daquele tempo, atrapalhado, obstaculizado, colocado contra a parede para que investigações não andassem. Todos aqui sabem que a Lava Jato é um patrimônio do Brasil. Essas pessoas que de alguma forma tentaram fazer o trabalho da Polícia Federal e Ministério Público não caminhar tem que prestar contas à Justiça”, disse Delegado Pablo.
Na última sexta-feira, 27, Janot foi alvo de ações de busca e apreensão em seus endereços em Brasília. A ordem judicial foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que atendeu a pedido feito por Gilmar para suspender o porte de armas do ex-PGR e impedi-lo de entrar nas dependências do Supremo.
No requerimento, Pablo também convida o ex-chefe de gabinete da PGR Eduardo Pelella e o ex-ministro da Justiça do governo Dilma, José Eduardo Cardozo.