Com alvo nas costas, jogadores do Fortaleza entram em campo contra o racismo
Idealizada pela agência HavasPlus, ação mostra realidade vivida pelos atletas e promove luta contra a discriminação dentro e fora dos gramados
- Data: 03/12/2020 15:12
- Alterado: 03/12/2020 15:12
- Autor: Redação
- Fonte: HavasPlus
Crédito:Divulgação
De acordo com o último relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, só em 2019 houve um crescimento de 27,2% das ocorrências de injúria racial dentro do universo futebolístico, comparado ao ano anterior. Já um levantamento do Globo Esporte revela que 48,1% dos técnicos e atletas negros das Séries A, B e C do Brasileiro já foram vítimas de racismo ao longo da carreira. Medidas e protocolos vêm sendo tomados por parte das confederações e federação para combater esse tipo de violência no futebol. Diante dos crescentes casos de racismo dentro e fora dos gramados, inclusive contra seus próprios jogadores, o Fortaleza Esporte Clube lança a campanha Alvos do Racismo.
Na noite de ontem (02), em partida do Brasileirão contra o Corinthians, na arena Castelão, os jogadores negros da equipe fortalezense deram lugar às tradicionais listras horizontais azul e vermelha da camisa para um alvo. Aplicado nas costas das camisas dos jogadores, o símbolo traduz o sentimento carregado diariamente por esses e tantos outros atletas que são perseguidos por atos de racismo, seja ao entrarem e saírem do gramado ou na vida cotidiana. Criada e desenvolvida pela HavasPlus, a iniciativa promove a luta contra uma das principais e mais antigas violações enfrentadas por negros e negras. O objetivo é ampliar o debate, estimular o combate à violência racial para além das arquibancadas e começar uma petição para punir Injúria Racial como crime de racismo na Lei do Esporte.
“Clube de futebol tem uma função social importante porque tem um poder enorme de comunicação, de fazer a mensagem chegar no grande público, que tem a atenção de como o clube fala e se posiciona. A temática do racismo é algo que sempre teve sua relevância, mas, de forma mais recente, diante dos últimos acontecimentos no Brasil e em outros países, tem tomado uma proporção muito grande e é necessário que a gente se posicione. Não basta não ser racista, tem que ser antirracista, tem que combater qualquer tipo de discriminação de cor. O Fortaleza tem uma história de luta, de se posicionar e de abranger todas as cores. Tivemos ídolos, jogadores, treinadores, negros, brancos, sem qualquer distinção, sempre foram abraçados pelo clube. Então entendemos a importância de se posicionar com essa ação que foi projetada”, afirma o presidente do Fortaleza Esporte Clube, Marcelo Paz.
A iniciativa também tem apoio de influenciadores, jornalistas esportivos e atletas brasileiros de diversas modalidades, que também receberam a edição do manto e estão contribuindo com manifestações em apoio à causa nas redes sociais.
“O racismo deve ser apontado e punido, não interessa onde ele aconteça. E o esporte tem tido cada dia mais casos de atletas sendo alvo de racismo dentro e fora das arenas em todo o país”, diz Juliano Almeida, diretor de criação da HavasPlus. “Por isso, mais do que uma ação para levantar a questão, ela vai além e começa um movimento para que Injúria Racial vire crime de racismo na Lei do Esporte”, complementa Melissa Pottker, também diretora de criação da agência.