Cia do Escombro apresenta Ruído na Oficina Cultural Oswald de Andrade

A obra, inédita no Brasil, narra a história de uma família peruana dos anos 1980 que aprendeu a viver em um país autoritário, atormentado pela inflação, violência e terrorismo

  • Data: 22/03/2022 14:03
  • Alterado: 17/08/2023 07:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Cia do Escombro
Cia do Escombro apresenta Ruído na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Nos anos 1980

Crédito:OMailto Studio

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Em Ruído, a autora Mariana de Althaus, a partir de suas memórias, constrói um retrato de pessoas comuns que aprenderam a viver em um país autoritário, assombrado pela inflação, apagões, falta de água, escassez, violência e terrorismo. O cenário da peça é o Peru dos anos 1980 e aponta para o anseio do diretor Daniel Aureliano de trabalhar com autoras e autores latino-americanos contemporâneos ainda pouco conhecidos no Brasil. O elenco é composto por Amanda Rodovalho, Andrea Tedesco, Camilo Schaden e Priscilla Carbone. As apresentações são gratuitas e acontecem na Oficina Cultural Oswald de Andrade, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciada pela Poiesis. de 25 de março a 09 de abril, sextas, às 20h, e sábados, às 18h. 

“Esse texto chegou até mim por sugestão da Priscilla Carbone, que é do elenco da companhia. Quando li a primeira vez, achei interessante reforçar que, embora sejamos países diferentes e temos a barreira da língua, há situações comuns que ocorreram na América Latina, como a Ditadura Militar e o constante fantasma desse período que está presente no nosso cotidiano”, revela Daniel Aureliano sobre a peça, que marca sua estreia como diretor. 

Contemplado pelo ProAC n°01/2020 da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Ruído combina uma situação aparentemente prosaica a lampejos cômicos e absurdos, como os trabalhos anteriores da Companhia, Pornoáudio (2016) e Olfato (2018).  

A peça narra a história de uma mulher, identificada como “Vizinha”, que, impedida de voltar à sua casa, por conta do toque de recolher, termina passando a noite na casa de uma família de vizinhos. Com sons (ruídos) que vão ajudando a construir a dramaturgia, ela não consegue voltar e espera notícias do lado de fora. 

A personagem Augusta, mãe da família, assiste a televisão compulsivamente e se sente orgulhosa por conseguir vinho argentino via contrabando. “Nós usamos o universo dos anos 1980 e trouxemos para a cena as referências da televisão, que colabora com o discurso, com a narrativa. A dramaturgia propõe esse debate, como esse meio pode alienar e moldar a forma como vivemos. A influência da televisão nos anos 80 é muito decisiva e ainda presente na atualidade”, analisa Aureliano. 

A família de Augusta, formada pelos filhos, Augustinho e Augustinha, é geniosa, divertida e irônica, mas um fracasso como seres sociais. As relações trazidas à tona pelas personagens mostram um mundo em que os indivíduos se encontram cada vez mais apartados de seu ambiente social e anestesiados em relação ao que acontece ao redor.  

O RUÍDO

Nos anos 1980, o Brasil ainda vivia ecos do regime autoritário e ditatorial instalado na década de 1960 pelo governo militar. Situações análogas se deram em muitos países da América Latina no mesmo período. No Peru, especialmente, além da repressão, havia a ameaça do terrorismo. O “ruído” ameaçava em muitos lugares.  

Na montagem da Cia dos Escombros, a direção procura um paralelo com o que acontece atualmente no Brasil. “Vivemos uma instabilidade política. A isso se soma, a experiência pandêmica – mais um toque de recolher, um ruído que nos constrange a esperar a hora de sair de casa, em segurança e liberdade – ainda que ilusórias”, finaliza Daniel Aureliano. 

Sinopse curta

No momento em que a Vizinha dá um pulo na casa de Augusta para avisar que o alarme do carro disparou, soa o toque de recolher e ela não pode mais voltar à sua residência. Isolada na casa daquela família desconhecida até a manhã seguinte, ela espera notícias do lado de fora: do seu marido, da cidade, do país. 

Oficina e webinário

O projeto também contempla duas atividades gratuitas: Ruído na Internet: Webinário com Mariana de Althaus, no dia 31 de março, das 20h às 21h30. Aberto ao público em geral, transmitido via Zoom; e a oficina Cena e Memória em Contextos Latino-Americanos, com Ana Julia Marko e Cia do Escombro. Voltado a atores, atrizes, estudantes de teatro e interessados em geral, já finalizada, abordou diferentes princípios e ferramentas do teatro de memória e a cena Latino-Americana.

Serviço

Ruído

Classificação etária: 14 anos | Duração: 105 minutos

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo -SP

De 25 de março a 09 de abril de 2022

Sextas, às 20h, e sábados, às 18h

Lotação: 30 lugares

Ingressos distribuídos uma hora antes do início da sessão; um ingresso por pessoa.

Entrada permitida somente com o uso de máscara cobrindo nariz e boca;

Durante a permanência no local, siga os protocolos sanitários para prevenção da Covid-19. 

Webinário

Ruído na internet: webinário com Mariana de Althaus

Coordenação: Daniel Aureliano

31/3 – quinta-feira – 20h às 21h30

Público: atores/atrizes, dramaturgues, escritores, estudantes de teatro e artistas e interessados em geral

Inscrições: até 30/03 via e-mail: [email protected]

Indicação: Atividade Livre | Atividade on-line

Local: Atividade Não Presencial e Coordenação à Distância – Via plataforma digital Zoom

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  • Data: 22/03/2022 02:03
  • Alterado:17/08/2023 07:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Cia do Escombro









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