Chuva forte causa mortes e desaparecimento em Minas Gerais
Em Ipatinga, a intensa precipitação provocou o desabamento de residências e resultou na morte de pelo menos nove pessoas. A cidade enfrenta um cenário de tragédia, com centenas de desalojados e previsão de mais chuvas.
- Data: 12/01/2025 18:01
- Alterado: 12/01/2025 18:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Chuva
Crédito:Reprodução - Prefeitura de Dom Silvério
Na madrugada deste domingo (12), a cidade de Ipatinga, localizada no Vale do Aço em Minas Gerais, enfrentou fortes chuvas que culminaram na morte de pelo menos nove pessoas, incluindo duas crianças e dois idosos. O evento trágico foi agravado pelo desabamento de diversas residências.
O prefeito Gustavo Nunes (PL) relatou que uma pessoa permanece desaparecida e cerca de 150 cidadãos estão desalojados. Em Santana de Paraíso, município vizinho, uma vítima também foi registrada após ter sido resgatada de um desabamento e falecer posteriormente no hospital.
Segundo informações fornecidas pelo prefeito, o bairro Bethânia, um dos mais afetados pela intempérie, registrou uma precipitação de 204 milímetros durante a noite. “Não se tratou apenas da chuva intensa nas últimas horas; houve precipitações constantes ao longo do último mês, o que deixou o solo saturado. Isso resultou em um elevado número de deslizamentos em diversos bairros“, afirmou Nunes em uma coletiva de imprensa.
Ele alertou ainda para a previsão de mais chuvas, com acumulados estimados em até 40 milímetros até a manhã desta segunda-feira (13), pedindo à população que evite áreas de risco e que os desalojados não retornem para suas residências temporariamente.
Nunes ressaltou que a cidade enfrenta há seis décadas problemas relacionados à ocupação irregular do solo e destacou os esforços da prefeitura para impedir novas construções nessas áreas vulneráveis.
A situação emergencial levou à inundação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), obrigando a transferência dos pacientes para o hospital municipal. Diante da gravidade da situação, a prefeitura declarou estado de emergência por meio de decreto, válido por seis meses, e anunciou que o estádio municipal está sendo utilizado como abrigo para os desalojados, além de estar recebendo doações.
“Atualmente, não precisamos de roupas, mas sim de água mineral, alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza para as famílias afetadas“, disse o prefeito.
Uma nova legislação será publicada amanhã, permitindo que a prefeitura ofereça um auxílio financeiro equivalente a um salário mínimo para as vítimas que se enquadrarem nos critérios estabelecidos.
Em relação à falta de alertas pré-chuva, Nunes explicou que a intensidade da chuva pegou todos de surpresa: “A precipitação começou por volta das 3h da madrugada e não havia previsão que pudesse alertar a população sobre isso“, comentou. No entanto, ele mencionou que alguns moradores conseguiram deixar suas casas antes do desabamento em certos bairros.
De acordo com um boletim da Defesa Civil do estado divulgado na última sexta-feira (10), já haviam sido contabilizadas 13 mortes relacionadas às chuvas desde o início do atual período chuvoso, que se estende entre setembro e março.
O governador Romeu Zema (Novo) planeja visitar Ipatinga na manhã desta segunda-feira (13) para acompanhar as ações emergenciais voltadas ao atendimento das vítimas. No total, 67 militares e 16 viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar estão envolvidos nas operações de resgate, acompanhados por três equipes da Defesa Civil.
Zema expressou suas condolências às vítimas através das redes sociais e reafirmou o compromisso do estado em fornecer toda a estrutura necessária para apoiar as ações coordenadas pela prefeitura local.