China e UE discordam sobre visita de Borrell e cancelamento de última hora
Os diplomatas europeus e chineses devem discutir temas como comércio, direitos humanos e a posição da China sobre a guerra na Ucrânia
- Data: 05/07/2023 15:07
- Alterado: 05/07/2023 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reuters
A China cancelou abruptamente uma visita a Pequim do principal diplomata da União Europeia, informou o bloco nesta quarta-feira em meio a desacordos em andamento entre as duas potências sobre comércio, direitos humanos e a guerra na Ucrânia. Josep Borrell, alto representante da UE para relações exteriores e política de segurança, chegaria à China em 10 de julho para conversas com o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, e outras autoridades, de acordo com um anúncio do embaixador da UE em Pequim no domingo.
Os diplomatas europeus e chineses devem discutir temas como comércio, direitos humanos e a posição da China sobre a guerra na Ucrânia, de acordo com o embaixador Jorge Toledo. Mas a China cancelou a visita de Borrell, anunciou a UE, sem dizer por quê.
“Infelizmente, fomos informados pelas contrapartes chinesas de que as datas previstas na próxima semana não são mais possíveis e agora devemos procurar alternativas”, disse o porta-voz da UE, Nabila Massrali, em comunicado por e-mail na quarta-feira. “Cabe à China comunicar os motivos”, acrescentou. “Vamos nos adaptar e encontrar juntos uma nova data”.
“A China atribui grande importância às relações sino-européias e manteve intercâmbios com a Europa em todos os níveis e em vários aspectos”, disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbing, em um briefing de rotina em Pequim na quarta-feira. “Damos as boas-vindas ao representante Borrell para visitar a China o mais rápido possível, de acordo com a conveniência de ambos os lados, e estamos prontos para realizar intercâmbios com o lado europeu”.
Embora não esteja claro o que causou o cancelamento mais recente ele ocorre logo após uma cúpula dos estados membros da UE na semana passada, durante a qual o bloco endossou uma estratégia para tentar obter materiais críticos de outras fontes que não a China, insistindo que não queria para “se separar” totalmente da segunda maior economia do mundo.
Pequim e Bruxelas devem realizar mais duas cúpulas, focadas na cooperação econômica e digital, em setembro, disse Toledo. As duas últimas reuniões recorrentes sobre esses temas não produziram declarações conjuntas