Centro Paula Souza comemora 50 anos de pioneirismo no ensino profissional

Maior instituição pública de ensino profissional da América Latina, rede contabiliza hoje 223 Etecs, 73 Fatecs e 297 mil alunos matriculados

  • Data: 05/10/2019 09:10
  • Alterado: 05/10/2019 09:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: CPS
Centro Paula Souza comemora 50 anos de pioneirismo no ensino profissional

Crédito:Gastão Guedes

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Neste domingo, 6 de outubro, o Centro Paula Souza (CPS) completa 50 anos. Criado em 1969, com a missão de estruturar os primeiros cursos superiores de tecnologia do País, o CPS estendeu ao longo dos anos sua atuação para todos os níveis de ensino e se consolidou como a maior instituição pública de ensino profissional da América Latina. O Paula Souza atende hoje mais de 297 mil alunos matriculados em 223 Escolas Técnicas (Etecs), 73 Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais e classes descentralizadas presentes em mais de 300 municípios.

Além de sua abrangência, o CPS é reconhecido pelo padrão de qualidade dos cursos, que contemplam desde a qualificação básica até a pós-graduação (strictu e lato sensu). Entre os indicadores que atestam a excelência do ensino estão os altos índices de empregabilidade. Nove em cada dez alunos de Fatecs e três em cada quatro estudantes de Etecs estão trabalhando em até um ano depois de formados, segundo pesquisa do Sistema de Avaliação Institucional. As unidades do Centro Paula Souza também apresentam excelente desempenho em avaliações oficiais como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

Para a diretora-superintendente, Laura Laganá, o maior patrimônio da instituição é o capital humano. “Comemorar meio século de conquistas nos faz refletir sobre os desafios para os próximos 50 anos. A educação do futuro deve abranger conceitos da era digital integrados ao desenvolvimento das habilidades do aluno. Esse é o caminho para quem pretende continuar oferecendo novas oportunidades e transformando vidas”, afirma.

Tradição centenária

A trajetória do CPS vai além de seus 50 anos de fundação. Sua memória mistura-se com a história centenária do ensino profissional público em São Paulo. Um ano após sua criação, o então Centro Estadual de Educação Tecnológica começou a oferecer três cursos na área de Construção Civil e dois em Mecânica. Era o início das Faculdades de Tecnologia. As duas primeiras foram instaladas em Sorocaba e São Paulo. Até hoje as duas unidades mantêm alguns dos cursos mais concorridos da instituição.

Com o passar do tempo, o desenvolvimento da economia demandava cada vez mais profissionais especializados, principalmente na área de informática, o que impulsionou a criação de novas unidades a partir dos anos 1980. Vieram então as Fatecs Baixada Santista e Americana. Na mesma época, o CPS começou a englobar o ensino técnico de nível médio e passou a administrar as escolas profissionais que integravam convênio entre União, Estado e municípios. Dentre elas, escolas centenárias criadas em 1911 para o ensino de prendas manuais e artes industriais a jovens e adolescentes, como a Escola Profissional Masculina (atual Etec Getúlio Vargas) e a Escola Profissional Feminina (atual Etec Carlos de Campos), ambas na Capital. Hoje as duas são destaque em qualidade no Enem e também na oferta de cursos conectados com o mercado de trabalho.

O CPS criou suas primeiras escolas técnicas em 1988: a Etec São Paulo, conhecida como Etesp, e a Etec de Taquaritinga. A partir de 1994, com a integração de 82 escolas existentes (outras 12 escolas foram incorporadas entre 1981 e 82), a instituição passou oficialmente a responder pelo ensino técnico público estadual.

Com um forte investimento do governo estadual nos últimos dez anos, o número de alunos mais do que dobrou com a criação de novas unidades e cursos, levando a oferta de ensino profissional gratuito a todas as regiões do Estado de São Paulo.

Patrono

Fundador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o engenheiro e professor Antonio Francisco de Paula Souza (1843 – 1917) foi um educador que sempre defendeu o papel da escola como meio de formação de profissionais e não somente um local para discussões acadêmicas. Por seu perfil voltado aos princípios idealizados por Paula Souza e por ter ocupado o prédio onde funcionava a Poli-USP no século 19, o Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Paulo foi rebatizado em 1973, quatro anos após sua formação, em homenagem ao professor.

Nascido no município paulista de Itu, Paula Souza posicionava-se como um liberal, defendendo a República e o fim da escravatura. Estudou engenharia na Alemanha e na Suíça. Trabalhou diretamente no desenvolvimento da infraestrutura do Brasil, projetando obras e estradas de ferro. Na política, atuou como deputado, presidente da câmara estadual e ministro das Relações Exteriores e da Agricultura no mandato do presidente Floriano Peixoto (1891 – 1894).

Como educador, estabeleceu um conceito novo de ensino com a criação da Poli, em 1892, seguindo o modelo das escolas que frequentou na Europa, voltadas às ciências aplicadas, às artes e à indústria. Convidou especialistas internacionais para lecionar na instituição, à frente da qual esteve como seu primeiro diretor, entre 1894 e 1917.

Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 300 municípios paulistas. Nas Etecs, o número de matriculados nos Ensinos Médio, Técnico integrado ao Médio e no Ensino Técnico ultrapassa 208 mil estudantes. As Fatecs atendem mais de 85 mil alunos nos cursos de graduação tecnológica.

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