Centro de Tratamento de Queimados da Prefeitura de SP realiza 600 atendimentos por mês

As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos

  • Data: 10/06/2024 09:06
  • Alterado: 10/06/2024 09:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
Centro de Tratamento de Queimados da Prefeitura de SP realiza 600 atendimentos por mês

Fogueira

Crédito:Sumaia Villela/Agência Brasil

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O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) da Prefeitura de São Paulo é referência no atendimento dos pacientes, que chega a 600 por mês. Na última quinta-feira (6) foi o Dia Nacional da Luta Contra Queimaduras. Instalado dentro do Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, conhecido como Hospital do Tatuapé, o CTQ foi estruturado em 1975 pelos cirurgiões plásticos Ary do Carmo Russo e Urio Mariani, pioneiros no tratamento de queimados no país. Desde então, o serviço consolidou-se como uma referência na cidade e no Estado.

Com 93 profissionais, o centro é como um “Hospital dentro do hospital”: ocupa todo 9º andar e possui uma estrutura com emergência, ambulatório, enfermaria (22 leitos), UTI (quatro leitos) e centro cirúrgico (duas salas). Em um mês típico, são realizados ali mais de 600 atendimentos, sendo mais de 100 emergenciais. Dependendo da gravidade, como no caso dos chamados “grandes queimados”, com queimadura de 3º grau, os casos demandam internação, algumas prolongadas.

O Centro também atende pacientes de outros municípios e estados que não possuem centros de queimados. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), um milhão de pessoas sofrem de queimaduras todos os anos no Brasil. Destas, 200 mil procuram atendimento de emergência e 40 mil são internadas.

As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. As queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida.

“Atualmente, temos pacientes que queimaram 90% do corpo, tanto adultos como pediátricos, e que sobreviveram, pois estamos conseguindo combater a sepse”, explica o cirurgião André Nishimura, coordenador do CTQ. A infecção ocorre porque a pele, maior órgão do corpo humano, que cumpre várias funções, perde as barreiras de proteção.

“Atribuímos essa experiência exitosa ao zelo médico e a capacidade da equipe multiprofissional especializada e, somado a isso, uma série de tecnologias de alto custo que a Prefeitura incorporou e que potencializa o tratamento de queimados”, comenta o coordenador, citando como exemplos materiais como a matriz de regeneração dérmica, que se incorpora à pele e auxilia a melhora do fechamento de feridas e queimados, além do curativo a vácuo.

Dos 93 profissionais do CTQ, 23 são médicos (intensivistas, plantonistas, diaristas, cirurgiões plásticos), 63 são enfermeiros, técnicos e auxiliares, três fisioterapeutas, um assistente social, um psicólogo, além de fonoaudiólogos e nutricionistas.

Entre os profissionais especializados da equipe, destacam-se os enfermeiros, muitos dos quais se especializaram em estomaterapia, especialistas na área de feridas. “Eles são essenciais para o processo de reabilitação”, reforça Nishimura.

Incidência dos queimados

Nos últimos anos, em função da pandemia de covid-19, o número casos atendidos no CTQ diminuiu: foram 1.800 em 2019, 1.123 em 2020, 1.085 em 2021, 1.038 em 2022, 1.199 em 2023 e, de janeiro a abril deste ano, 353 casos atendidos. Mensalmente, o centro realiza cirurgia em cerca de 40 pacientes. São geralmente desbridamentos (ato de remover tecido necrótico ou materiais biológicos, de uma lesão traumática ou crônica a fim de promover a exposição do tecido saudável) e enxertias de pele. Geralmente, um mesmo paciente com queimaduras de terceiro grau precisa de mais de um procedimento.

Entre os adultos, a faixa etária mais acometida por queimaduras está entre 21 a 30 anos, que representam 15,9% das emergências, em acidentes acontecem devido principalmente à utilização inadequada do álcool. Crianças com menos de 10 anos representam quase o mesmo percentual: 15,8%, e neste caso um dos principais motivos das queimaduras é o escaldo por alimentos como sopa e café.

Em grandes queimados (adultos que queimaram mais de 20% da superfície corpórea ou crianças que queimaram mais de 10% do corpo) é comum o paciente ficar internado uma média de 40 dias. Mas, segundo o coordenador do CTQ, há casos em que a internação dura até seis meses.

“O paciente vítima de queimadura fica traumatizado, por isso oferecemos apoio psicológico a estas pessoas, muitas das quais vivem em situação de vulnerabilidade social, e que, dependendo de quanto a pele foi atingida, precisam reaprender a andar, se relacionar com isso e conviver com a nova aparência. Precisam de ajuda para serem reinseridos na sociedade”, reforça o coordenador do CTQ.

Polos de Curativos

Além do Centro de Tratamento de Queimados, desde 2021 a rede municipal possui 27 Polos de Curativos e tratamento de feridas, que são centros especializados no tratamento de lesões de maior complexidade, como feridas crônicas de difícil cicatrização, a exemplo do pé diabético, e queimaduras.

Os polos contam com enfermeiros especialistas em estomaterapia e/ou dermatologia e possuem materiais de ponta com tecnologias que aceleram o processo de regeneração da pele. Esses equipamentos estão distribuídos em todas as regiões da capital instalados em: 13 Hospitais Dia (HDs); três Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs); quatro AMAs Especialidades; seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e um Ambulatórios de Especialidades (AE).

De outubro de 2021 a abril de 2024 os Polos de Curativos já atenderam 105.506 consultas e realizaram 109.798 curativos e procedimentos. Os enfermeiros especialistas dos polos realizam também o matriciamento, apoio técnico e treinamento para as equipes de enfermagem das UBSs e do Programa Melhor em Casa, evitando, sempre que possível, o deslocamento dos pacientes com feridas até o polo.

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  • Data: 10/06/2024 09:06
  • Alterado:10/06/2024 09:06
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  • Fonte: Prefeitura de São Paulo









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