Censo 2022: Mais da metade da população indígena no Brasil vive em áreas urbanas
No recorte por regiões, o Sudeste destaca-se pelo maior percentual de população indígena residindo em situação urbana
- Data: 19/12/2024 11:12
- Alterado: 19/12/2024 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Joédson Alves | Agência Brasil
Um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à luz uma nova perspectiva sobre a população indígena no Brasil, revelando que a maioria dos indígenas agora reside em áreas urbanas. Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados na última quinta-feira (19), destacam essa tendência crescente.
Conforme os resultados apresentados, 53,97% da população indígena brasileira, totalizando aproximadamente 914,75 mil indivíduos, encontra-se em áreas urbanas. Em contrapartida, 780,09 mil vivem em áreas rurais, correspondendo a 46,03% do total. Essa alteração é notável se comparada aos dados do censo anterior de 2010, onde apenas 36,22% dos indígenas estavam situados em ambientes urbanos.
O IBGE reconheceu que o aumento na população indígena de 88,96% nos últimos doze anos — saltando de 896.917 indivíduos em 2010 para 1.694.836 em 2022 — pode ser atribuído a melhorias no mapeamento das localidades indígenas, especialmente nas áreas urbanas. O crescimento observado entre os indígenas urbanos foi impressionante, atingindo um aumento de 181,6% desde o último censo.
Em uma análise regional, o Sudeste se destaca com a maior proporção de indígenas vivendo em zonas urbanas, alcançando 77,25%. O Nordeste segue com 62,3%, enquanto as áreas rurais predominam nas regiões Centro-Oeste (62,05%) e Sul (58,2%). No Norte do país, a distribuição é equilibrada: metade da população indígena reside em áreas urbanas e a outra metade em zonas rurais.
O Censo Demográfico é uma pesquisa abrangente que abrange todos os municípios brasileiros e serve como uma base crucial para a formulação de políticas públicas e decisões sobre alocação de recursos. Embora deveria ter sido realizado em 2020, sua execução foi adiada devido à pandemia da COVID-19 e questões orçamentárias.
Além dos dados sobre localização habitacional, o novo recorte também revelou diferenças significativas relacionadas à idade e ao gênero entre as populações indígenas. A idade mediana dos indígenas que residem em áreas urbanas é de 32 anos — inferior à média nacional de 35 anos. Por outro lado, os indígenas rurais apresentam uma idade mediana muito mais jovem, com apenas 18 anos.
No que diz respeito ao gênero, a pesquisa indicou um predomínio masculino nas áreas rurais, com uma proporção de 105,71 homens para cada 100 mulheres. Entretanto, nas zonas urbanas essa dinâmica se inverte: são registrados apenas 90,25 homens para cada 100 mulheres. Esse dado está mais próximo da média nacional total de 91,97 homens para cada 100 mulheres.