Casa Civil nega aumento no Bolsa Família após fala de ministro
Governo afirma que não há estudos sobre reajuste do benefício, contrariando declaração de Wellington Dias.
- Data: 07/02/2025 20:02
- Alterado: 07/02/2025 20:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Bolsa Família
Crédito:Roberta Aline - MDS
A Casa Civil do Brasil emitiu um comunicado na noite de sexta-feira (7) refutando a especulação sobre um possível aumento no valor do Bolsa Família. Segundo o ministério liderado por Rui Costa, a questão não está em discussão dentro do governo.
Essa possibilidade foi mencionada pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), que durante uma entrevista à Deutsche Welle indicou que um aumento poderia ser necessário para mitigar os efeitos do aumento dos preços dos alimentos.
O comunicado da Casa Civil destacou: “Não existe estudo no governo sobre aumento do valor do benefício do Bolsa Família. Esse tema não está na pauta do governo e não será discutido”.
Fontes da equipe econômica manifestaram surpresa diante das declarações de Dias, uma vez que sua pasta é responsável pela administração do programa. Os integrantes do governo expressaram perplexidade com a afirmação e ressaltaram que a questão não estava sendo debatida, especialmente em um momento de estabilidade cambial, após o dólar ter alcançado R$ 5,80.
Qualquer modificação nos valores pagos pelo programa social exigiria uma reavaliação do orçamento federal, o que poderia implicar cortes em outras áreas ou uma necessidade de aumentar a arrecadação.
O dólar teve uma trajetória de queda desde a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, atingindo R$ 5,73 nesta sexta-feira (7), embora tenha fechado com alta de 0,47%, encerrando a semana cotado a R$ 5,79.
A pressão sobre os preços dos alimentos é atribuída a diversos fatores, incluindo problemas climáticos e a alta taxa do dólar, que geram incertezas fiscais e preocupam o Palácio do Planalto.
Recentemente, uma declaração do presidente Lula (PT) sobre como lidar com os preços altos gerou controvérsia e críticas da oposição. Lula sugeriu que os consumidores deveriam evitar comprar produtos que consideram caros, afirmando: “Se você vai num supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço]”.
No início deste mês, o ministro-chefe da Casa Civil também havia abordado a situação econômica, sugerindo aos brasileiros que substituíssem produtos caros por opções mais baratas devido à alta inflação. Ele destacou que tanto os preços nacionais quanto internacionais estão elevados em razão de doenças nas colheitas.
Rui Costa disse: “O preço internacional está tão caro como aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja, [comer] outra fruta”. A declaração enfatiza a necessidade de adaptação dos consumidores diante da conjuntura econômica desafiadora.