Campos Neto diz que ‘app do Itaú ou do Bradesco’ vai acabar em até 2 anos
Campos Neto disse ainda que, neste aplicativo agregador, será possível comparar ainda taxas para investimentos e migrar a custódia de uma aplicação para outra instituição em segundos.
- Data: 12/11/2023 12:11
- Alterado: 11/12/2023 12:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Crédito:Tânia Rêgo/Agência Brasil
O open finance -ecossistema que permite o compartilhamento de dados pessoais entre instituições financeiras e bancárias- deve acabar em breve com a necessidade de ter diferentes aplicativos de bancos, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Em algum momento, talvez daqui a um ano e meio, dois anos, você não vai ter mais um app do Itaú, ou do Bradesco, ou do Santander, você vai ter um app que a gente chama de agregador. E aquele app vai, por meio do open finance, integrar tudo nas suas contas”, disse, na sexta-feira (10), em evento em Chicago organizado pela MBA Brasil, grupo formado por estudantes de pós no exterior.
“Você vai apertar uma coisa Pix, vai dizer todos os saldos que você tem em todos os bancos, você vai escolher banco A, B ou C. Aí vai dizer: ‘Quer fazer crédito ou débito?’ Eu quero fazer débito. Pronto, foi. Quero fazer crédito. Aí ele vai aparecer a linha de crédito para aquela compra naquele momento e as taxas que todos os bancos vão oferecer para a sua compra naquele momento, e você vai ter a comparabilidade imediata”, afirmou.
Campos Neto disse ainda que, neste aplicativo agregador, será possível comparar ainda taxas para investimentos e migrar a custódia de uma aplicação para outra instituição em segundos.
O presidente do Banco Central afirmou que tem visitado empresas que criam esse tipo de aplicativo, e enfatizou que a ideia é ter dispositivos de segurança “até melhor” do que os que existem hoje nos apps de bancos.
Campos Neto ainda exaltou o sucesso do Pix no Brasil, afirmando que 9 milhões de contas bancárias foram abertas em razão da tecnologia, e disse que a ideia é expandir suas aplicações além da simples transferência, o que poderia até substituir o cartão de crédito, segundo ele. “Se tudo o que ele fizer é substituir TED e DOC, então a gente falhou, porque não era essa a razão de construir o Pix, a razão era ser uma coisa que fosse mudar o modelo de negócio, mudar a mentalidade das pessoas e gerar muita inclusão”, disse.
“Hoje se você olhar que você pode programar pagamentos na tela do Pix e que eventualmente vai substituir produtos como cartão de crédito, os bancos estão super empolgados em fazer mais coisas no Pix, já entendem como uma coisa que é inovadora.”
O Pix já oferece a opção de agendamento de acordo com o dia escolhido pelo pagador. Ainda não é possível, porém, escolher o horário para a transação –ela ocorre no início do dia escolhido. O plano do BC é adicionar a função débito automático no Pix em 2024, da mesma forma como os bancos permitem pagamentos programáveis de contas recorrentes.
A próxima inovação tecnológica patrocinada pelo Banco Central será o Drex, moeda digital desenvolvida com o objetivo de trazer avanços em transações mais complexas e popularizar serviços financeiros no país que hoje são caros e pouco acessíveis. Não é uma criptomoeda, mas uma nova forma de representação do real, ou uma CBDC (Central Bank Digital Currency em inglês), que significa moeda digital de banco central.