Caminhos da Reportagem mostra soluções para reduzir mortes no trânsito
Distrito Federal e Fortaleza têm obtido sucesso em diminuir perdas no tráfego
- Data: 15/08/2023 15:08
- Alterado: 15/08/2023 15:08
- Autor: Redação
- Fonte: TV Brasil
Segundo especialistas
Crédito:Divulgação / TV Brasil
O trânsito brasileiro tem se tornado mais seguro, mas ainda tira dezenas de milhares de vidas todos os anos. O dado mais recente do Datasus, sistema de informação do Sistema Único de Saúde (SUS), mostra que 33.813 pessoas perderam a vida no tráfego em 2021. Para mostrar de perto os desafios e contar como funcionam iniciativas de redução destes números, o Caminhos da Reportagem inédito que a TV Brasil leva ao ar no domingo (20), às 22h, percorre a capital do país e viaja até o Ceará.
Há soluções para o problema, e pontos do país têm tido sucesso em reduzir as perdas. No Distrito Federal, o grande exemplo é o respeito à faixa de pedestre. Já em Fortaleza, um conjunto de medidas – como a diminuição da velocidade das vias, o estreitamento de ruas e o incentivo ao uso da bicicleta – tornou a cidade referência nacional em trânsito seguro.
“Nós estamos no 8º ano consecutivo de redução de mortes no trânsito de Fortaleza”, afirma com orgulho o Superintendente da Autarquia de Trânsito da cidade, Antônio Ferreira.
Mas como?
“Várias soluções já existiam. A cidade decidiu juntá-las e adaptá-las ao contexto local”, explica o coordenador de Segurança Viária da Iniciativa Bloomberg, Dante Rosado.
Entre essas saídas, o professor Flávio Cunto, da Universidade Federal do Ceará, destaca as mais simples e baratas: deixar as vias mais estreitas, as calçadas mais largas, espalhar balizadores de concreto e pintar ruas.
Cunto enfatiza, no entanto, que o sucesso das iniciativas está diretamente ligado à continuidade das medidas. “Não se tratou apenas de um político, de um governo, mas sim uma política de Estado que a cidade abraçou. Passou por diferentes prefeitos, de diferentes partidos”, ressalta.
Em Brasília, o respeito à faixa de pedestres também é resultado de ação coletiva. “Uma conjunção de esforços do poder público, dos órgãos de imprensa, de entidades da sociedade civil e da população em geral marcou o início do programa ‘Paz no Trânsito’, em 1996”, lembra o professor Paulo Cesar Marques, da Universidade de Brasília.
A partir do ano seguinte, os veículos passaram a parar, para que pedestres e ciclistas pudessem atravessar a faixa em segurança.
Só que existem inúmeros casos de desrespeito à faixa. Duas mortes em 2022, uma delas de uma criança de três anos, deixaram de luto a cidade de Planaltina, a 40 quilômetros do centro de Brasília.
Tragédias que reforçam a opinião dos especialistas.
“A gente pode considerar tranquilamente que, entre todos os fatores de risco, a velocidade é, de longe, o mais importante”, crava o Oficial Técnico em Segurança Viária da Organização Mundial da Saúde, Victor Pavarino.
“A mudança da cultura da velocidade não é um processo simples. É preciso ter uma ação coordenada, para que as pessoas entendam que reduzir velocidade é um benefício global”, complementa a professora Michelle Andrade, da Universidade de Brasília.