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Sem tantas tecnologias quanto o “top” Actros, o extrapesado Mercedes-Benz Axor aposta na competitividade
- Data: 26/12/2018 11:12
- Alterado: 26/12/2018 11:12
- Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira
- Fonte: Agência AutoMotrix
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Na linha de caminhões extrapesados da Mercedes-Benz, o Actros é o modelo “top”, o primeiro a incorporar as novidades tecnológicas introduzidas pela marca. Mas nem só de modelos superequipados se faz uma linha de caminhões competitiva. É preciso ter também caminhões que tenham preços atraentes, capazes de seduzir frotistas cada vez mais obcecados com o controle de custos. Essa é a função do Axor, extrapesado da Mercedes-Benz voltado para o transporte rodoviário de cargas em médias e longas distâncias, com foco no baixo custo operacional, conforto e resistência.
A linha Axor foi a que mais recebeu recursos derivados do Econfort, filosofia de desenvolvimento lançada em 2014 e que assegura um alto padrão de economia, conforto, força e desempenho para o transporte de cargas rodoviário e fora-de-estrada. Com a introdução de um novo túnel do motor mais baixo, 10 centímetros em relação ao anterior, o túnel passou a ter cerca de 20 centímetros de altura, proporcionando melhor circulação na cabine. No caso da cabina Leito Teto Alto, a diminuição do túnel resulta em uma altura interna livre sobre ele de 1,78 metros, proporcionando assim mais praticidade e conforto para o motorista.
No painel de instrumentos, há informações sobre a pressão de turbina, muito requisitada por motoristas, tempo/consumo em marcha lenta, consumo em litros e alerta de velocidade. O câmbio automatizado Mercedes PowerShift foi aprimorado para proporcionar um ajuste de troca de marchas mais refinado, tanto na regressão, quanto na progressão. Com isso, segundo a Mercedes-Benz, o caminhão trabalha na marcha mais correta para cada situação de operação. O novo Piloto Automático busca oferecer praticidade e economia no dia a dia da operação do caminhão. No piloto automático tradicional, a inteligência está configurada para o veículo atingir a velocidade ajustada o mais rápido possível, ou seja, em máximo desempenho, aplicando-se o máximo torque e potência. A nova versão está configurada para economia de combustível. O sistema reconhece a inclinação da pista e a carga, por meio dos sensores do veículo, e ajusta a demanda de torque e potência do motor orientando-o para trabalhar com economia de combustível.
Entre as tecnologias de segurança da linha Axor, um dos destaques é o EBD (Eletronic Brake Force Distribution), que funciona em conjunto com o ABS e tem a função de distribuir a força de frenagem entre as rodas do veículo, evitando o travamento delas e oferecendo mais segurança na condução do caminhão. Já o ASR (Anti Slip-Regulation) controla a tração das rodas, evitando que as mesmas patinem, aumentando a segurança e oferecendo melhor dirigibilidade.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Consistência na pista
O roteiro era um passeio de ida e volta entre a fábrica de caminhões da Mercedes-Benz, na cidade paulista de São Bernardo do Campo, e a Estrada Velha do Mar, distante cerca de 80 quilômetros. O veículo era um Mercedes-Benz Axor 2544 6×2 estradeiro com cabine LTA (leito teto alto) na vistosa cor metálica Laranja Setter, um modelo vocacional para cegonheiros e cargas paletizadas com capacidade máxima de tração de 80 toneladas. Mas o modelo testado levava “apenas” 30 toneladas de lastro no baú metálico. O motor era um OM 457 LA BlueTec 5, de 12 litros com seis cilindros em linha. Ele gera 439 cavalos em 1.900 rpm e 224 kgfm em 1.100 giros. Trabalha acoplado a uma transmissão automatizada G 281 – 12 Powershift, sem pedal de embreagem, com 12 marchas e sem anel sincronizador. O túnel rebaixado, novidade recente na linha, amplia a facilidade de circulação a bordo.
O Axor não conta com os recursos automatizados de assistência ao motorista disponíveis no Actros, como o sistema autônomo de controle de proximidade Telligent, o assistente ativo de frenagem ABA ou o sensor de faixa. Apesar disso, o Axor está longe de ser um caminhão espartano ou difícil de se dirigir. Pelo contrário! Não falta conforto, a começar pelo banco do motorista desenvolvido pela Mercedes, um dos melhores disponíveis no segmento. O volante é tão suave nas manobras que nem parece que se está dirigindo um veículo tão pesado, embora o tamanho da composição – cerca de 15 metros – acarrete em cuidados adicionais nas curvas. A transmissão é de fácil operação e bastante eficiente, otimizando o trabalho do motor.
O Top Brake – sistema de freio motor que freia o caminhão gradativamente –, torna possível fazer longas viagens praticamente sem pisar no pedal do freio. Isso não apenas dá mais comodidade ao motorista mas também aumenta a durabilidade dos componentes do sistema de frenagem – item fundamental nas planilhas de custos das empresas de transporte rodoviário de cargas. Graças ao Piloto Automático, em um declive, ao invés de acelerar com plena carga para atingir a velocidade desejada o mais rápido possível, o sistema identifica a inclinação da pista e aproveita a inércia do veículo para atingir a velocidade desejada. De acordo com a Mercedes, isso pode proporcionar até 1% de economia de combustível em relação ao piloto automático tradicional.