Brasil se vinga da Croácia no Mundial de bocha e fatura ouro
Pernambucana Andreza Vitória derrotou a croata Dora Basic por 3 a 1 na final da classe BC1 e conquistou a medalha de ouro no Mundial do Rio, que acontece na Arena Carioca 1
- Data: 11/12/2022 09:12
- Alterado: 15/08/2023 13:08
- Autor: Redação
- Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro
Meeting Paralímpico Loterias Caixa. no CT Paralímpico em São Paulo
Crédito:Marcello Zambrana/Exemplus/CPB
A pernambucana Andreza Vitória, de 21 anos, é a mais nova brasileira campeã mundial de bocha paralímpica. Na final pela classe BC1 feminina (que podem jogar com as mãos ou com os pés e que contam com a opção de um auxiliar) realizada na tarde deste sábado, 10, pelo Mundial da modalidade, que acontece na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, a atleta do Recife derrotou a croata Dora Basic por 3 a 1 e conquistou a medalha de ouro.
Com este título mundial, o Brasil chegou à sua oitava medalha conquistada na história da competição. Agora, são três ouros, três pratas e dois bronzes, conquistados em três edições – Lisboa 2010, Pequim 2014 e Rio 2022.
Andreza, diagnosticada com a Síndrome de Leigh (ou Doença de Leigh), uma doença neurodegenerativa hereditária rara que afeta o sistema nervoso central, era uma das atletas estreantes na competição, apesar de já ter experiência internacional com participações nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e na Copa América de bocha, no ano passado.
Uma das revelações das Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiência em idade escolar e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, a jovem atleta teve uma campanha invicta na competição. Na fase de grupos, venceu a tcheca Katerina Curinova por 6 a 2, a polonesa Kinga Koza por 6 a 3, e Yushae Andrade, de Bermudas, por 5 a 2.
Nas quartas de final, derrotou a tailandesa Satanan Phromsiri por 5 a 1 antes de aplicar 5 a 0 na japonesa Yuriko Fujii, décima colocada no ranking mundial, na semifinal.
Já na decisão, teve o comando da partida desde o início. Abriu o placar na primeira parcial, e ampliou um ponto nos dois períodos subsequentes. Na última parcial, administrou o jogo e, nem o ponto da croata no fim do confronto, causou incômodo na brasileira.
“Eu tinha falado, desde o início, que queria o ouro. [Essa conquista] Vai para a Poliana [Cruz, auxiliar], minha ‘mãe’. É muita emoção. É campeã” afirmou Andreza, na saída da quadra
Ainda neste sábado, 10, o Brasil participou de mais duas disputas de medalhas de bronze, porém, foi derrotado em ambas. Também pela classe BC1, o paulista José Carlos Chagas perdeu por 9 a 0 para o português André Ramos e ficou em quarto lugar.
O mineiro Mateus Carvalho também obteve o mesmo resultado na classe BC3 (para atletas com deficiências severas e que podem usar calha e ter auxílio de outra pessoa). Pela manhã, foi superado nas semifinais pelo português José Gonçalves por 3 a 2 e, à tarde, sofreu novo revés. Desta vez, para o tcheco Adam Peska por 5 a 3 e também encerrou a disputa individual na quarta colocação.
A principal competição da bocha do ciclo Paris 2024 reúne mais de 170 atletas de 40 países em disputas individuais, por pares e equipes. As partidas têm sido realizadas no mesmo palco dos Jogos Paralímpicos de 2016 e vão até o próximo dia 13. A entrada é gratuita ao público.
As disputas por equipes BC1/BC2, além por pares BC3 e BC4, começam neste domingo, 11. As partidas têm sido transmitidas ao vivo pelo Youtube da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), organizadora do evento.