Brasil registra mais de 71 mil mortes por afogamento em 13 anos
Crianças e adolescentes estão entre as principais vítimas; especialistas alertam para a importância da supervisão e medidas preventivas para evitar tragédias
- Data: 09/03/2025 08:03
- Alterado: 09/03/2025 08:03
- Autor: Redação
- Fonte: Ministério da Saúde
Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que entre 2010 e 2023, o Brasil contabilizou um total alarmante de 71.663 mortes resultantes de afogamentos, com uma prevalência notável entre crianças e adolescentes. Esse fenômeno levanta questões críticas sobre a segurança aquática e a necessidade urgente de prevenção.
Durante o período em análise, 12.662 casos (equivalente a 17,7%) foram identificados entre adolescentes com idades variando de 10 a 19 anos. Além disso, 5.878 ocorrências (8,2%) envolveram crianças na faixa etária de 1 a 4 anos, evidenciando um quadro preocupante que demanda atenção especial.
Em termos de internações hospitalares, o Brasil registrou 11.197 casos de afogamento nos últimos treze anos. Quase um terço desses episódios (3.072) ocorreu com indivíduos de até 14 anos, sendo que mais da metade das vítimas nessa categoria eram crianças de 1 a 4 anos. Esses dados ressaltam a vulnerabilidade dessa faixa etária e a necessidade premente de implementar medidas eficazes de prevenção.
Prevenção e conscientização são fundamentais
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, aponta uma tendência preocupante: entre os anos de 2014 e 2021, as taxas de mortalidade por afogamento acidental em crianças dessa faixa etária aumentaram cerca de 2% ao ano.
“Embora a maioria dos afogamentos ocorra em ambientes naturais como praias e cachoeiras, é importante notar que muitos acidentes também acontecem em casa, especialmente em piscinas, banheiras e até baldes”, afirma Maciel. Ela alerta para o fato de que crianças pequenas são extremamente vulneráveis e podem se afogar em recipientes com apenas alguns centímetros de água.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também chamou a atenção para essa questão global. Em 2021, estima-se que aproximadamente 300 mil mortes por afogamento ocorreram mundialmente, com 24% dessas fatalidades envolvendo crianças menores de cinco anos e 19% entre aquelas com idades entre cinco e quatorze anos.
Para mitigar esses riscos, é crucial adotar medidas preventivas. O Ministério da Saúde oferece algumas orientações valiosas para evitar tragédias relacionadas a afogamentos:
- O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) deve ser acionado imediatamente pelo número 192 em caso de acidente.
- Supervisão constante: nunca deixe crianças pequenas sozinhas perto da água.
- Utilize equipamentos de segurança adequados quando estiver em ambientes aquáticos.
- Eduque as crianças sobre os perigos da água desde cedo.
A conscientização é um passo fundamental para reduzir as taxas alarmantes de afogamento entre os mais jovens no Brasil. Somente através da educação e vigilância constante é possível garantir um ambiente mais seguro para as futuras gerações.