Lula diz no ‘JN’ ter ‘ciúmes’ de Alckmin e afirma que vice já foi aceito pelo PT
Políticos já foram adversários e se alfinetaram em eleições passadas
- Data: 26/08/2022 09:08
- Alterado: 26/08/2022 09:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Diante das críticas de setores do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a aliança com Geraldo Alckmin (PSB) como seu vice na disputa pelo Palácio do Planalto durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira, 25.
“Estou até com ciúmes do Alckmin, que sujeito esperto e habilidoso. Ele fez um discurso no dia 7 de maio, quando foi apresentado oficialmente ao PT, que eu fiquei com inveja. Ele foi aplaudido de pé”, afirmou.
Sobre a recepção da base petista em relação à formação de campanha com 10 partidos, o ex-presidente defendeu a união com o seu adversário nas eleições presidenciais de 2006. “Alckmin já foi aceito pelo PT de corpo e alma. Alckmin é uma pessoa que vai me ajudar, tenho confiança que a experiência como governador de São Paulo vai me ajudar a consertar esse País”, disse.
Questionado se o PT não foi um dos responsáveis pelo atual cenário de polarização na política, Lula afirmou que polarização é diferente de estímulo ao ódio e que o Brasil era “feliz” quando a disputa política era entre PT e PSDB.
“Feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização deste país era entre PT e PSDB. A gente era adversário política, trocava farpas… Quando a gente se encontrava em um restaurante, eu não tinha problema em tomar uma cerveja com o Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra ou com o Alckmin. A gente não se tratava como inimigo. A militância é como torcida organizada. Política é assim. Você tem divergência, você briga, mas você não é inimigo”, afirmou.
O jornalista William Bonner citou o fato de Lula ter usado a narrativa do “nós contra eles” durante o seu governo e questionou se isso não estimula a polarização. “Polarização é saudável no mundo inteiro. Tem nos EUA, na Alemanha, na França, na Noruega, na Finlândia… Não tem polarização no Partido Comunista Chinês, no Partido Comunista Cubano. Quando se tem democracia, a polarização é saudável. É estimulante. Não podemos confundir polarização com o estímulo ao ódio”, disse.