Brasil é o 2º país que mais procura sobre ansiedade, atrás apenas da Ucrânia
Além de ansiedade, está em alta nas buscas o termo burnout; veja dicas para a saúde mental
- Data: 10/10/2023 12:10
- Alterado: 10/10/2023 12:10
- Autor: Vitoria Pereira
- Fonte: Folhapress
Crédito:Divulgação/Freepik
O Brasil é o segundo país do mundo que mais se preocupa com questões sobre ansiedade, ficando atrás apenas da Ucrânia. Segundo dados do Google Trends, somos o país com maior interesse de busca pelo tema nos últimos 12 meses.
O Trends também mostra que março de 2023 foi o mês com mais buscas por ansiedade no Brasil desde o início da série histórica do Google, em 2004.
Enquanto as pesquisas por ansiedade aumentaram em mais de 70% no mundo nos últimos cinco anos, ante o período imediatamente anterior, no Brasil elas cresceram mais de 150%, na mesma base de comparação.
De acordo com especialistas, isso é reflexo da pandemia, que foi marcada por crises econômicas, isolamento social, medo da contaminação e perda de pessoas próximas devido à Covid-19.
Os dados do Google Trends mostram que o Brasil subiu para essa segunda posição no ano de 2020, pior ano da pandemia. E durante o período pós-pandemia, a situação não arrefeceu.
“As pessoas voltaram às suas vidas, mas retornaram a um ambiente desafiador, marcado pelo medo de contrair a doença. Isso gera receio de contato e criou um ambiente psicológico de medo. Muitas pessoas me procuraram, dizendo que não sabem mais como interagir com os outros, que estão inseguras sobre o que dizer e como agir”, afirma Mana Mendonça, psicóloga da orienteme, plataforma de gestão de saúde corporativa.
E sobre o pico de interesse por ansiedade neste ano, Mendonça relaciona a volta ao trabalho presencial.
“Quando o regime híbrido passou a demandar que a maioria das pessoas comparecesse pessoalmente duas ou três vezes por semana, isso se tornou uma causa significativa de crises de ansiedade”.
COMO CONTROLAR A ANSIEDADE?
Esta é a pergunta mais buscada sobre ansiedade no Brasil nos últimos 12 meses. Especialistas recomendam:
Boa alimentação;
Priorizar momentos de desconexão como atividades ao ar livre;
Práticas de meditação e respiração;
Entender quais são seus gatilhos e como superá-los;
Buscar ajuda profissional como terapias com psicólogos.
VEJA AS DEZ PERGUNTAS RELACIONADAS À ANSIEDADE MAIS BUSCADAS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 12 MESES
1 – Como controlar a ansiedade?
2 – O que é ansiedade?
3 – Crise de ansiedade o que fazer?
4 – Quais os sintomas da ansiedade?
5 – Como acalmar a ansiedade?
6 – O que é bom para ansiedade?
7 – O que é crise de ansiedade?
8 – O que a ansiedade pode causar no corpo?
9 – Como tratar a ansiedade?
10 – Como ajudar uma pessoa com ansiedade?
BUSCAS POR BURNOUT TAMBÉM CRESCEM
Além de ansiedade, está em alta nas buscas o termo burnout. Trata-se de um tipo de distúrbio ligado ao trabalho em que o profissional se sente esgotado física e emocionalmente, frequentemente após ser submetido a condições desgastantes, excesso de trabalho ou metas inatingíveis.
Segundo os dados, 2023 (até junho) é o ano de pico do interesso por burnout desde o início da série histórica do Google, que começa em 2004.
Para Ana Carolina Peuker, da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), o cenário pode ser reflexo das pressões nos ambientes de trabalho como ambientes competitivos e altamente demandantes, presença de assédio e cargas horárias excessivas. Esses fatores contribuem para que muitas pessoas percam o equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional, diz ela.
Segundo Peuker, ansiedade pode, sim, contribuir para o desenvolvimento de burnout.
“Uma pessoa ansiosa pode ser mais vulnerável ao estresse no trabalho, da mesma forma que o burnout pode aumentar o nível de ansiedade. A sensação de pressão no trabalho e de não ter controle sobre as coisas são comuns em quadros de ansiedade”, explica Peuker.
ONDE BUSCAR AJUDA:
Mapa da Saúde Mental
O site, do Instituto Vita Alere, mapeia serviços públicos de saúde mental disponíveis em todo território nacional, além de serviços de acolhimento e atendimento gratuitos, além de ações voluntárias realizadas por ONGs e instituições filantrópicas, entre outros. Também oferece cartilhas com orientações em saúde mental.