“Brasil e Bolívia devem exportar sustentabilidade”, diz Lula em Santa Cruz de La Sierra

Ao lado do anfitrião boliviano, Luis Arce, presidente brasileiro participou do encerramento do Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, que reuniu mais de 300 empresários dos dois países

  • Data: 10/07/2024 13:07
  • Alterado: 10/07/2024 13:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo Federal
“Brasil e Bolívia devem exportar sustentabilidade”, diz Lula em Santa Cruz de La Sierra

Crédito:Ricardo Stuckert / PR

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Ao discursar na noite desta terça-feira, 9 de julho, no encerramento do Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de os dois países ampliarem as relações em diversos campos. Lula também destacou as boas perspectivas no campo da sustentabilidade, algo fundamental em função das mudanças climáticas em todo o planeta.

“Brasil e Bolívia devem exportar sustentabilidade. Em Belém, na COP-30 (que será realizada em 2025), vamos mostrar ao mundo o potencial de nossa região, ao aliar nossas riquezas naturais ao compromisso político, no mais alto nível, com metas ambiciosas de transição para economias de baixo carbono. Nunca se falou tanto em energia renovável no mundo. Nunca se falou tanto em transição energética. Nunca se falou tanto em hidrogênio verde como se fala agora”, afirmou o presidente Lula.

Ao se dirigir a uma plateia formada por mais de 300 empresários das duas nações, Lula lembrou que a importância do fortalecimento do sistema democrático é fundamental para que os empresários prosperem.

“Minha visita à Bolívia não seria completa sem um evento empresarial deste porte. Em uma situação normal, eu iniciaria este discurso exaltando as oportunidades de comércio e investimentos entre nossos países. Mas a tentativa de golpe sofrida há poucos dias pela Bolívia demanda uma reflexão sobre a democracia. O setor produtivo tem plena consciência da importância do estado de direito para o bom funcionamento da economia. A resiliência das instituições nacionais frente ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstra que não há margem para retrocessos. Sem estabilidade política e jurídica não há desenvolvimento social e econômico”, disse o presidente brasileiro.

POTENCIALIDADES – Lula destacou as potencialidades das relações dos dois países em diversos campos, como agricultura, infraestrutura, energia e produção de fertilizantes, entre outros, e celebrou a entrada da Bolívia no Mercosul. Ao final, pediu aos empresários que trabalhem cada vez mais juntos para fortalecer o desenvolvimento de ambas as nações.

“Peço aos líderes empresariais aqui presentes que busquem conhecer e aproveitar oportunidades na Bolívia e no Brasil. Vamos aproveitá-las, superar os desafios e construir um futuro do qual nossos filhos e netos se orgulhem. Nós iremos fazer a integração que quisermos fazer. Basta que a gente não sonhe pequeno. Nós temos que sonhar grande, do tamanho dos nossos países, do tamanho das nossas vontades, do tamanho do nosso desejo, para que a gente possa conjuntamente transformar esse sonho em realidade”, incentivou Lula.

POSSIBILIDADE DE NEGÓCIOS – Por sua vez, o presidente da Bolívia, Luis Arce, também agradeceu o empenho de todos e comemorou o sucesso do Fórum Empresarial Bolívia-Brasil. “Uma saudação especial a todos os empresários de Brasil e Bolívia que participaram deste importante fórum. Estamos muito felizes com o grande sucesso do evento. E temos certeza que houve trocas de possibilidades de negócios entre dois países irmãos, que têm uma história em comum, que têm um futuro em comum, e que, também, têm simetrias de desenvolvimento”, declarou Arce.

ESPAÇO DE DISCUSSÕES – O Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), reuniu autoridades e representantes de empresas e instituições públicas de ambos os países e abriu um amplo espaço para a discussão de temas relacionados ao comércio bilateral, como segurança e transição energéticas e transporte e sustentabilidade na agricultura e na pecuária, além de oferecer espaços para conexões e negócios entre os mais de 300 empresários brasileiros e bolivianos presentes ao evento.

As empresas e instituições participantes representam diferentes setores produtivos, como alimentos, bebidas e agronegócio; adubos e fertilizantes; extrativismo, sobretudo da castanha-do-Pará; petróleo e gás; açúcar e álcool; eletricidade; mineração; transporte; e máquinas e equipamentos. Também participaram representantes das indústrias de fármacos; cosméticos; casa e construção; elétricos e eletrônicos; telecomunicações e tecnologia da informação; calçados e moda, além de artesanato e economia criativa.

O presidente da Apex, Jorge Viana, exaltou o sucesso do evento, destacando a presença de representantes de diversos setores, como empresas de óleo e gás, energia elétrica e energia renovável, biocombustíveis, solar, hidrelétrico, mineração, calçados e moda, proteína animal, castanha, cacau, além da Embrapa, e do setor de fármacos químicos, cerâmica e vidro.

“Queria agradecer as empresárias e empresários brasileiros e bolivianos. Eu não tenho nenhuma dúvida de que o Brasil vai seguir crescendo fortemente, porque há uma disposição muito forte do setor empresarial brasileiro em trabalhar conosco e de entender que tem um governo do lado dele”, afirmou Jorge Viana. O presidente da Apex também assumiu o compromisso de “seguir com a política de aproximar e de ampliar o fluxo de comércio, recuperar o terreno perdido e fazer com que haja uma maior aproximação entre o Brasil e os seus vizinhos”.

AMPLA AGENDA – O Fórum fechou uma ampla agenda do presidente Lula na Bolívia, marcada por uma reunião bilateral seguida de encontro entre autoridades dos dois países, assinatura de atos, declaração conjunta à imprensa ao lado de Luis Arce e um almoço oferecido pelo presidente boliviano, além de encontro com representantes de movimentos sociais. A visita foi a primeira de Lula à Bolívia neste terceiro mandato, mas marcou o quinto encontro entre ele e Luis Arce. O presidente boliviano esteve no Brasil na posse do presidente Lula (janeiro de 2023), na Cúpula de Presidentes da América do Sul (maio de 2023), na Cúpula da Amazônia, em Belém-Pará (agosto de 2023) e na Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado.

COMÉRCIO BILATERAL – Em 2023, o fluxo comercial entre o Brasil e a Bolívia totalizou US$ 3,31 bilhões, com superávit de US$ 278 milhões para o Brasil. A Bolívia foi o 35º principal destino das exportações e o 30º país de origem das importações brasileiras. O Brasil foi o principal destino das exportações bolivianas e o 2º país de origem de suas importações. Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Bolívia foram siderúrgicos (ferro e aço, barras, cantoneiras e perfis – 6,1% do total), e automóveis de passageiros (3,8%). Os principais produtos importados pelo Brasil da Bolívia foram gás natural (86%) e adubos ou fertilizantes químicos (4,8%).

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  • Data: 10/07/2024 01:07
  • Alterado:10/07/2024 13:07
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  • Fonte: Governo Federal









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