Bolsonaro culpa 8 de Janeiro por ato esvaziado contra o aborto em BH
Segundo ex-presidente, o temor de apoiadores a ‘perseguições’ motivou diminuição do número de pessoas em marcha que protesta contra a descriminalização do aborto, discutido no STF
- Data: 08/10/2023 15:10
- Alterado: 08/10/2023 15:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro (PL)
Crédito:Reprodução/X
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) citou os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro para justificar o esvaziamento de uma marcha contra a descriminalização do aborto em Belo Horizonte. O evento, realizado na manhã deste domingo na Praça da Liberdade, reuniu o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
Segundo Bolsonaro, o ato deste domingo foi esvaziado por conta do “temor” de apoiadores a o que classificou como “perseguições”.
“As perseguições são muitas, mas nós temos coragem e garra para enfrentá-las. Não podemos ceder. Eu passei por aqui no ano passado, essa praça estava completamente cheia, creio que a diminuição do número de pessoas vai pelo temor do que aconteceu no 8 de Janeiro, agora. Lá eram brasileiros, patriotas que foram se manifestar e entraram em uma arapuca, em uma armadilha”, disse o ex-presidente.
Os primeiros réus do 8 de Janeiro têm sido condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a penas que chegam a 17 anos de prisão por diversos tipos de crimes, entre eles o de golpe de Estado.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver a extensão da marcha durante o discurso de Bolsonaro a apoiadores.
Desde a sexta-feira, 6, Bolsonaro, Michelle e Nikolas convocaram apoiadores em suas redes sociais para comparecer à Praça da Liberdade. O número de apoiadores foi menor a do que um ato convocado no mesmo local pelo ex-presidente no 7 de setembro do ano passado. Naquele dia, Bolsonaro não compareceu ao evento, já que estava acompanhando o Desfile da Independência em Brasília.
Bolsonaro diz que ‘portas do inferno se abriram’
Durante o seu discurso na marcha, Bolsonaro disse que “as portas do inferno se abriram” desde que ele saiu da Presidência da República, citando o governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) que discutem a descriminalização do aborto e do porte de maconha para uso pessoal.
“Não sei se vocês repararam. Foi só a gente deixar a Presidência parece que as portas do inferno se abriram atrás de nós”, disse Bolsonaro.
Em Belo Horizonte desde a sexta-feira, a agenda Bolsonaro também teve um encontro com o governador Romeu Zema (Novo) e a sua participação em um evento do PL Mulher, que é presidido por Michelle Bolsonaro.